Sistema S
A primeira reação à ameaça de corte das transferências para os S ( Sesc, Senac, Sesi...) é em defesa da manutenção do treinamento profissional - que tem seu valor e deve ser preservado. Acontece que pouco se fala do ônus nas folhas de salário que contribuem para o desemprego. Todos sabem que no Brasil a carteira assinada desistimula à contratação. E desemprego é nosso problema maior!
Ademais o Sistema S é uma caixa preta. Dele se sabe pouco e mal : quantos treinamentos oferecem ( sem comprovação ) , das suas colônias de férias e hotéis de alto luxo, mas não dos seus custos e do seu uso político. Tudo bem parecido com os antigos sindicatos...
O ministro Paulo Guedes colocou o dedo na ferida: “o desemprego exige a desoneração das folhas salariais”. Esta deve ser a prioridade. Foi além: se os sindicatos tiveram que ir para o mercado, por quê os S não? Porém ficou aquém: “ vamos cortar 50% das transferências“. No que se torna um tratamento desigual. Os sindicatos perderam a contribuição obrigatória, mas os S não! Por quê?
Diante dos males do desemprego, da malversação do dinheiro fácil , da inexistência de avaliação dos custos e benefícios, a medida correta será dar opção a empresa de contribuir ou não. Estabelecido o fim do “monopólio” os S terão de conquistar a adesão das empresas. Principalmente priorizando o ensino-treinamento em vez dos clubes e colônias de férias ( foto do Estadão ilustra a crítica ) e investimentos sem relação com seus fins. Alem de abrir espaço para a iniciativa privada. Uma competição que otimizaria os valores investidos.
Moral da história - quem paga o lazer oferecido pelo Sistema S são os desempregados - que pagam e não usufruem. Pagamos também todos nós pelos ônus de um custo forçado nos preços. Os S são uma aberraçao, devem ser privatizados para melhorar o ensino e deixar de ser um clube em que o desempregado paga o lazer dos que tem emprego.
Jorge Simeira Jacob
Enviado do meu iPad
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