quinta-feira, 18 de julho de 2019


Perplexidades

Às grandes divergências de opiniões  na fase eleitoral se sucede uma quase  unanimidade de sentimento entre os eleitores dos vencedores e a dos vencidos - estamos todos em estado de perplexidade! Perplexos estão os que acreditavam ter conseguido “enganar muitos por muito tempo”,  o contrário da crença de Lincoln. Pois (entendiam equivocadamente. ) que tudo estava indo  bem e tinham  ainda um bom estoque de ilusórias bondades a distribuir -  “pena que a herança acabou! “. Com este lamento se finda o sonho socialista de acreditar na alquimia de uma sociedade baseada em direitos sem deveres . Um delírio infantil  encantador de serpentes,  de gigolôs de governo e de inocentes úteis. 

Perplexos também estão os vencedores diante de um desafio a não ser minimizado - o país está inviável - sufocado por uma burocracia paralisante , tributação sufocante e insegurança jurídica ! A peste vermelha deixou escombros piores do que o de uma guerra, a qual , fundamentalmente, destrói só os bens materiais. Já a peste vermelha afetou também os valores éticos e morais de uma geração, tentando desacreditar os valores da liberdade individual - como o inalienável direito de escolher a própria maneira de ser feliz.

Estão perplexos principalmente os que sabem que só se ganhou a primeira batalha.  E que a guerra só será vencida quando os valores tradicionais da família, a ética do trabalho, o reconhecimento do mérito substituírem o “politicamente correto”  no discurso dos formadores de opinião.

De perplexidade em perplexidade vamos tropeçando nos  Ses: 
- se o momento exige medidas corretivas sérias em todas as áreas da influência governamental, cuja solução não se resolve com esparadrapo, mas cirurgia;
- se a história mostra que cirurgias não são indolores,  não acontecem sem contrariar interesses , sem despertar os sonhadores ingênuos, sem desmamar os aproveitadores das tetas do governo... como colocar a casa em pé dentro da democracia liberal  - se a história mostra que poucas revoluções o fizeram sem sangue?  Seremos uma delas? 

Esta é a pergunta do momento. Acrescentando ainda  a preocupação com o risco dos cristãos novos que ,  encantados com a subida ao poder,  com a empolgação das ruas, podem se deixar levar pelo voluntarismo. Valendo lembrar que foram voluntaristas os líderes de todas as revoluções da história, sendo Robespierre o mais lembrado,  por sua guilhotina, pelo Terror e pela ditadura napoleônica.

Alem desta um pesadelo existe - como será a convivência desses reconhecidamente voluntaristas que assumem o poder ?Todos sabiamente homens de vontade própria, personalidades fortes e determinados. Qual deles será o primeiro dos Robespierres?

Não há ,porém, como ignorar  a  perplexidade dos otimistas na  exaltação   das benesses  da esperança recuperada; e  nem de que a parte sadia da nação está hoje exultante com a chegada do nosso Don Sebastião para recuperar a nação. Estamos em clima de entusiamo próprio da puberdade.  Afinal  somos uma sociedade criativa-original,  por isto diferente : somos únicos na jaboticaba,  na saudade,  no jeitinho, no mais ou menos,  no gingado da mulata, na malemolência e -pasmém-  até de generais subordinados a um capitão sob a égide da democracia política e economia de mercado. Seria isto um bom indício?  Seria a realização da grande esperança?  Seria o pretérito “país do futuro” realizando no presente o sonho do sebastianismo local?

Tem a palavra a dura realidade!


Jorge Simeira Jacob

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