quinta-feira, 18 de julho de 2019




Objetivismo Como Filosofia 

Depois de décadas, resolvi reler o best seller  A Revolta do Atlas / Quem é John Galt,  da Ayn Rand. Fui movido à avaliar  o momento em que vivemos com  a ficção construída pela autora. Valeu a pena, não só pelas comparações como pela riqueza do texto. Um romance como veículo de transmissão de uma visão de mundo valorizadora da razão e rejeição do misticismo. Tudo com muita inspiração, arte e uma lucidez elevada ao extremo. A facilidade como Ayn define situações são tão óbvias que parecem revelações.

A leitura é daquelas que iniciadas não se consegue parar. Entretém e educa. É daquelas que dá tristeza ver o texto chegando ao fim. 

Ayn Rand ao lado da Hanna Arendt são dois fenômenos no terreno da Filosofia - onde só se destacaram os homens - que eu saiba. Valendo a pena notar serem elas judias e vivido no mesmo século.

O que explicaria está coincidência? 

Consigo imaginar que conhecendo o totalitarismo na Rússia comunista e na Alemanha nazista se sensibilizaram para a defesa do  indivíduo contra o Estado. É no Estado totalitário que pode acontecer a “ Banalidade do Mal” e a supressão da liberdade individual, do indivíduo que pensa. Onde o herói é o indivíduo e o  mal o socialismo sob as suas diversas formas.

O fato de poucas mulheres terem se sobressaído na Filosofia, ocorreu-me ser fruto do machismo que as abafava, mas é Ayn que refutou esta possibilidade em magnífica entrevista à televisão com o título de Feminismo ( YouTube ).

É neste texto, em um dos diálogos, que surge o divulgado pensamento da autora:
“ Quando o padrão é a força...a sociedade desaparece, em meio à ruínas e matanças. Para saber se este dia se aproxima, observe o dinheiro. Este é o barómetro da virtude de uma sociedade. Quando há comércio, não por consentimento, mas por compulsão - quando para produzir é preciso pedir permissão a homens que nada produzem - quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos, mas influência - quando os homens enriquecem mais pelo suborno e favores do que pelo trabalho, e as leis não protegem quem produz de quem rouba, mas quem saqueia de quem produz - quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício - pode ter certeza de que a sociedade está condenada.”

Escrevo esta resenha para dividir o prazer de explorar uma mente prodigiosa que se sobressai entre os maiores filósofos da história, reafirmando a crença de que à despeito do machismo o talento feminino tem seu lugar ao sol. 
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