quinta-feira, 18 de julho de 2019


Perdoar, sim. Esquecer, jamais!!!

A derrota petista nesta eleição marca o fim da paz que dividiu a nação, deixando em seu rastro inimizades até entre familiares. Uma política premeditada, desenvolvida por Castro em Cuba e estimulada pelo Fórum São Paulo, que criou raízes além do que se poderia imaginar, surpreendendo, no calor dos debates, pela constatação de ela ter destruído valores tradicionais da família, ter determinado a criação de minorias antagônicas e a exploração do sentimento da inveja, acima de todas as expectativas.

A vitória dos que pensam no futuro deve ser o início da recuperação da civilidade perdida e da união de todos no esforço de reconstrução da pátria arrasada, pois nada pode ser mais positivo do que a convivência fraterna e nada mais negativo do que o nóis contra eles recebido como herança.

A pacificação da nação passa pelo perdão. Perdão, de ambas as partes, pelos excessos da campanha eleitoral e dos erros nela cometidos; perdão aos socialistas/comunistas, embora eles nunca, em toda história, inclusive na nossa, tenham pedido desculpas pelas barbaridades cometidas em nome de sua falida ideologia; perdão por nunca terem perdoado os adversários e os vencidos; perdão que deve ser dado com generosidade, sem ressentimentos e sem expectativa de retorno.

Perdoar, sim; esquecer é outra história. Esquecer nada tem a ver com nobreza de sentimento; esquecer é jogar no lixo as lições da experiência. Não há como esquecer os crimes de Stálin, Mao, Pol Pot, Castro, Hitler... Esquecer esta página triste de nossa história equivaleria à Europa apagar da memória os milhões mortos pela peste negra e, desta forma, ignorar a necessidade de medidas de higiene preventiva.

Esquecer o nosso namoro com o populismo-estatizante do PT seria esquecer os nossos milhões de desempregados,a recessão econômica, a quebra dos laços familiares, a desesperança, a ruptura da moral e da ordem; seria aceitar a troca imoral do prêmio por mérito pela esmola; seria descuidar das medidas profiláticas para afastar uma potencial recaída; seria sentar sobre os louros de uma batalha ganha a duras penas e não evitar o indesejável retorno da peste vermelha.

Não, portanto, ao esquecer. A experiência recente mostrou que o império do mal ganhou espaço no campo das ideias. A doutrinação socialista pelos formadores de opinião: imprensa, escolas, artistas, sindicalistas, funcionários de empresas estatais e de governo - inocentes úteis e gigolôs do governo - não tiveram contraponto. As poucas e fracas vozes que se levantaram (Instituto Liberal, Von Misses, Millennium) não tiveram apoio para divulgar as virtudes de uma sociedade baseada na liberdade individual.

Com esta análise, pretendo levantar como bandeira não ser legítimo nem próprio de uma democracia que um governo privilegie qualquer corrente de pensamento - seja capitalista ou socialista. A neutralidade é imperativa. O governo deve cuidar para que as ideias circulem livremente em direção ao arbítrio individual. Esta legitimidade só ocorrerá se distorções existentes forem corrigidas, com a adoção de medidas de higiene social como:

-  acabar com a Lei Ruanet, para evitar o suborno de artistas e intelectuais;
-  cancelar verba de publicidade das estatais, que distorcem a liberdade de opiniões;
-  instituir a sindicalização voluntária;
- impedir a difusão ideológica nas escolas;
- criar vouchers e financiamento para todos os níveis escolares realmente necessitados;
- limitar subsídio às instituições de ensino superior equivalente às mensalidades e aos vouchers  arrecadados ;
- privatizar todas as empresas do Estado para estimular a competição e elidir a corrupção;
- eliminar todos os subsídios, proteções, isenções às empresas, sem exceção;
- implantar igualdade tributária incluindo as ordens religiosas;
- impedir a prática de ilícitos pelas ONGs;
- punir criminalmente as violações à propriedade pública ou privada praticadas pelos que se dizem sem-teto ou sem-terra.

Sem essas providências, o socialismo (lastro do populismo-estatizante) ressuscitará talvez até mais forte e mais ousado. Portanto, ou enfrentamos a guerra no campo das ideias e conquistamos as mentes e os corações, ou devemos nos preparar para, nas próximas eleições, estar novamente discutindo o politicamente correto, bolsa família, distribuição de renda, injustiça social e uma visão deturpada  de democracia. Tudo isto  em vez da opção de lutar  pela dignidade de viver como homens livres em uma sociedade que dá aos menos favorecidos não inveja em relação aos bem-sucedidos, mas a possibilidade de ser um deles.

Jorge Simeira Jacob





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