A Fábula do Cocoricó
Desde que o mundo é mundo, num país tropical abençoado por Deus, um soberbo galináceo comandava com o seu poderoso cocoricó o nascer do sol. Dia após dia ,a aurora só acontecia depois de anunciado pelo rei do terreiro.
De belas plumas, porte elegante, afinado e potente cantar era o encanto das frangas e motivo de inveja dos outros.
E não era para menos - a luz para iluminar o dia, o calor para a vida...tudo dependia deste personagem poderoso. O único com poder sobre o astro maior!
As sequências rotineiras, por tantos anos, eliminavam qualquer dúvida ou questionamento sobre a veracidade do fato. Ninguém parava para meditar sobre verdadeira causa e dos seus efeitos. A passividade era tão profunda que o próprio galo acreditava no seu dom extraordinário.
Aliás, nada como a própria conveniência ( preguiça mental, vaidade, presunção) e a permanente aparência ( tradiçao, mimetismo, sofismas ) para solidificar uma crença. Não foi por menos de muitos séculos e de custar uma inquisição que a falácia do geocentrismo foi descoberta.
Por isto somos uma ilha cercada de falácias por todos os lados!
Acontece que um dia, um fenômeno qualquer, talvez uma eclipse solar, o sol não respondeu à ordem de comando do rei do terreiro. Seguiu-se um espanto geral.
—Seria o fim do mundo? O nosso líder teria perdido o encanto?
Dentre todos, o maior decepcionado foi o próprio, o qual não conseguia entender que por mais que cocoricasse os raios solares não surgiam.
Em sequência, o legislativo do galinheiro, decidiu que, diante da gravidade da situação, se promulgasse uma lei que definisse claramente as obrigações da estrela celeste, as responsabilidade de fiscalização e as penalidades por descumprimento da ordem.
Em 'ação positiva" ( a moda atual ) uma diretoria com centenas de funcionários foram nomeados com salários compatíveis, uma taxa sobre o uso do sol foi estabelecida, radares foram instalados e todos os habitantes do pedaço seriam fiscais do cumprimento da ordem. Era evidente que toda a sociedade deveria ser responsabilizadas, a despeito da função ter uma definida.
No dia seguinte, superado a eclipse, o nosso galo voltou ao comando e recuperou o prestígio no reino dos galináceos! E tudo voltou a ser como antes.Menos a "ação positiva" que continuava a infernizar com regulamentos a vida dos galináceos.
E até hoje, a exemplo deles , sem que a sociedade humana atente para o fator causal , focando nos efeitos, vamos acreditando , de falácia em falácia, que são os governos com suas leis que fazem o mundo melhor, quando na verdade eles só sao eficazes quando usam o poder que lhes é outorgado pela sociedade para proteger o indivíduo.
O sol , lá como cá, nasce a despeito do governo e das leis. Ontem como sempre a prosperidade acontece pelo impulso natural do ser humano de busca da sobrevivência, da independência e do usufruto do seu trabalho.
O resto é lixo dos socialistas!
Jorge Simeira Jacob
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