Cada Macaco No Seu Galho.
Nada como a distância para neutralizar emoções e racionalizar a análise de um fato. A proximidade da árvore obstrui a visão da floresta. Lá atrás, afastado no tempo, quando da formação da Siderúrgica Nacional (CSN) e da Petrobras os nacionalistas defendiam o monopólio estatal com o argumento de não existir nem empresários interessados e nem capital disponível para tal aventura. Só o governo tinha capital para o investimento e poder de monopólio para enfrentar a concorrência internacional. Então um bicho-papão.
Como os argumentos, sem base real, não se sustentaram, eles foram , como macacos, sendo pulados de galho em galho. Ao passar o primeiro momento, enfrentando as estatais enormes prejuízos, resultantes das más administrações, mudaram as razões:
- “ não se deve colocar o filé na boca do leão, no caso o controle de produtos estratégicos como o aço e o petróleo”. Mesmo tendo sido a CSN financiada pelos Estados Unidos.
Na privatização da Cia. Telefônica Brasileira - de triste memória - levantava-se o risco das regiões mais pobres, por não darem retorno sobre os investimentos , ficarem sem telefonia e de ser a comunicação um fator estratégico.
Como consolo, este intervencionismo não é um cacoete só dos subdesenvolvidos. Há anos passados, a venda de propriedades foi um tema que emocionou a opinião pública americana. O ponto crítico foi a venda do Empire States de Nova York para um grupo japonês.
- “Como ?!, reagiam indignados os nacionalistas americanos, vamos entregar um símbolo nacional para estrangeiros?”
Assim também aqui foi considerado abrir mão da nossa soberania entregar parte do nosso território ao Projeto Jari, no Pará , que, após alguns anos, voltou de graça para os brasileiros.
E assim, de sofisma em sofisma, foi o povo sendo enganado. Mas a realidade se impôs desmentindo todos as alegadas razões. E as estatais, ao contrário das virtudes prometidas, se mostraram fontes de corrupção, de vultosos prejuízos ao erário, má administração... e nada tinham de estratégicas. O sonho virou um pesadelo. Temos agora que desfazer o mal feito.
Privatizar tudo deixou de ser opção, mas, um imperativo, uma questão de sobrevivência. As estatais tem que ser vendidas para quem tem capital de risco para investir e capacidade de administrar - a quem é do ramo.
Certamente, as viúvas da privatização vão mudar de galho e pretextar novas razões para justificar os seus empregos, mamatas e falso patriotismo.
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