domingo, 25 de agosto de 2019

                  Cada Macaco No Seu Galho.

Nada como a distância  para neutralizar emoções  e racionalizar  a  análise  de um fato. A proximidade da  árvore obstrui  a visão da floresta. Lá atrás, afastado no  tempo, quando da formação da Siderúrgica Nacional (CSN) e da Petrobras os  nacionalistas defendiam o monopólio estatal com o argumento de não existir nem empresários interessados e nem capital disponível para tal aventura. Só o governo tinha capital para o investimento e poder de monopólio para enfrentar a concorrência internacional. Então um bicho-papão.

Como os  argumentos, sem base real, não se sustentaram,  eles  foram , como macacos,  sendo pulados  de galho em galho. Ao passar o primeiro momento, enfrentando as estatais   enormes prejuízos, resultantes das más administrações,  mudaram as razões: 
  - “ não se deve colocar o filé na boca do leão, no caso o controle de produtos estratégicos como o aço e o petróleo”. Mesmo tendo sido a CSN financiada  pelos Estados Unidos.

Na privatização da Cia. Telefônica Brasileira - de triste memória - levantava-se o  risco  das regiões mais pobres,  por não darem retorno sobre os investimentos , ficarem sem telefonia e de ser a comunicação um fator estratégico.

Como consolo, este  intervencionismo não é um cacoete só dos subdesenvolvidos. Há anos passados, a venda de propriedades  foi um tema que emocionou a opinião pública americana. O ponto crítico foi a venda do Empire States de Nova York  para um grupo japonês. 

- “Como ?!,  reagiam indignados os nacionalistas americanos, vamos entregar um símbolo nacional para estrangeiros?”

Assim também aqui foi  considerado  abrir mão da nossa soberania entregar  parte do nosso território ao Projeto Jari, no Pará , que, após alguns anos,  voltou de graça para os brasileiros.

 E assim, de sofisma em sofisma,  foi o povo sendo enganado. Mas a realidade se impôs desmentindo todos as alegadas razões. E as estatais, ao contrário das virtudes prometidas,   se mostraram fontes de corrupção, de vultosos prejuízos ao erário,  má administração... e nada tinham de estratégicas. O sonho virou um pesadelo. Temos agora que desfazer o mal feito.

 Privatizar tudo  deixou de ser opção, mas, um imperativo, uma questão de sobrevivência. As estatais   tem que ser vendidas para quem tem capital de risco  para investir e capacidade de administrar - a quem é do ramo.

Certamente, as viúvas da privatização vão mudar de galho e pretextar novas razões para justificar os seus empregos, mamatas e falso patriotismo.


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