quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

  






Preços altos, salários baixos.



Quiz - É certo ou errado: as grandes empresas  só pensam em vender caro e   pagar  salários baixos? Sim ou Não? 


Se a sua resposta ao teste for afirmativa, você faz parte de um grupo ultrapassado pela evolução da Economia. Se for negativa, você está atualizado com as modernas técnicas de comercialização. 


Antigamente, antes da Revolução Industrial, a produção era artesanal, uma operação caseira. Produzia-se pouco, o que dificultava a diluição dos custos e o ganho de algum lucro. Consequentemente a oferta de produtos era limitada, os empregos escassos e consequentemente  baixos os salários. Não havia a classe média, essa maravilhosa invenção do capitalismo. Eram os  camponeses, a aristocracia e  uns poucos burgueses. Não havia mercado consumidor em grande escala.


A linha de produção do fordismo viabilizou a produção em série, especializada, mas desde que em altos volumes. Os  custos caíram drasticamente, mas não havia poder aquisitivo para adquirir os volumes produzidos. A engenhosidade de Henry Ford equacionou o desafio reduzindo os preços de um carro de 3 mil dólares para 500, com isto visava ganhar no volume e não nas unidades. Deixou de ser uma butique. Fez mais. Anunciou nacionalmente um aumento substancial nos salários para criar poder aquisitivo. Com estas duas tacadas inventou um novo modelo de negócios.


O exemplo de Ford revolucionou não só a organização da produção, mas a prática empresarial de ganhar no volume. A economia nunca mais foi igual, mas ainda persistem em muitas cabeças a ideia errônea de que o melhor negócio são os preços altos e os salários aviltados. Evidentemente há limites. Há um piso para aumento dos salários  -  são os custos;  e outro para os preços  -  são os concorrentes. Portanto, se não se pratica preços mais baixos e salários mais altos não é por falta de querer, mas de poder. Um desafio ao aumento da produtividade tão genialmente enfrentado por Ford.



Porém , a história da evolução econômica não parou com o amadurecimento da Revolução Industrial. A produtividade está dando um outro salto com a Revolução Tecnológica em curso. Uma nova era está começando . Uma revolução econômica em que está despontando a China como  o futuro grande líder. Se antes eram as empresas que otimizam os resultados em grandes volumes, agora é a China que se estrutura ganhando pouco de cada empresa, cada consumidor,  para ganhar no volume. Usa e abusa de  um mercado interno de 1,5 bilhão de habitantes e externo de outros  bilhões, todos  ávidos por produtos de consumo à preços baixos. Alcançando escalas de produção  fantásticas  para coexistência de muitos  competidores. Com  as menores taxas de impostos do mundo ( 20% do PIB ); com uma mão de obra disciplinada e laboriosa, a China coloca-se como se fosse uma empresa, uma aventura empresarial, à nível de nação,  para competir de igual para igual com os líderes mundiais. Outras nações deixam que o desafio de enfrentar o mundo seja só das suas empresas e não um projeto nacional. Como o caso brasileiro, que exibe um excepcional desempenho agrícola, mas tem  a pior infraestrutura da porteira da fazenda para fora. Um  agricultor que  não tem no governo um aliado , mas um obstáculo. É um herói solitário!


Ao dizer Não ao Quiz inicial, a China está em linha com o que há de mais moderno na Economia. Revolucionando a produtividade, taxando pouco o cidadão, e com isto tirando   da miséria milhões de chineses ao criar  mais  empregos. Com a menor disponibilidade  de mão de obra, valorizou os salários, que  já superam  os dos países vizinhos. O governo chinês descobriu que é melhor ganhar pouco de muitos do que muito de poucos.




São Paulo, 21 de janeiro de 2022.

Jorge Wilson Simeira Jacob
















 


 






Preços altos, salários baixos.



Quiz - É certo ou errado: as grandes empresas  só pensam em vender caro e   pagar  salários baixos? Sim ou Não? Se a sua resposta ao teste for afirmativa, você faz parte de um grupo ultrapassado pela evolução da Economia. Se for negativa, você está atualizado com as modernas técnicas de comercialização. 


Antigamente, antes da Revolução Industrial, a produção era artesanal, uma operação caseira. Produzia-se pouco, o que dificultava a diluição dos custos e o ganho de algum lucro. Consequentemente a oferta de produtos era limitada, os empregos escassos e consequentemente  baixos os salários. Não havia a classe média, essa maravilhosa invenção do capitalismo. Eram os  camponeses, a aristocracia e  uns poucos burgueses. Não havia mercado consumidor em grande escala.


A linha de produção do fordismo viabilizou a produção em série, especializada, mas desde que em altos volumes. Os  custos caíram drasticamente, mas não havia poder aquisitivo para adquirir os volumes produzidos. A engenhosidade de Henry Ford equacionou o desafio reduzindo os preços de um carro de 3 mil dólares para 500, com isto visava ganhar no volume e não nas unidades. Deixou de ser uma butique. Fez mais. Anunciou nacionalmente um aumento substancial nos salários para criar poder aquisitivo. Com estas duas tacadas inventou um novo modelo de negócios.


O exemplo de Ford revolucionou não só a organização da produção, mas a prática empresarial de ganhar no volume. A economia nunca mais foi igual, mas ainda persistem em muitas cabeças a ideia errônea de que o melhor negócio são os preços altos e os salários aviltados. Evidentemente há limites. Há um piso para aumento dos salários  -  são os custos;  e outro para os preços  -  são os concorrentes. Portanto, se não se pratica preços mais baixos e salários mais altos não é por falta de querer, mas de poder. Um desafio ao aumento da produtividade tão genialmente enfrentado por Ford.



Porém , a história da evolução econômica não parou com o amadurecimento da Revolução Industrial. A produtividade está dando um outro salto com a Revolução Tecnológica em curso. Uma nova era está começando . Uma revolução econômica em que está despontando a China como  o futuro grande líder. Se antes eram as empresas que otimizam os resultados em grandes volumes, agora é a China que se estrutura ganhando pouco de cada empresa, cada consumidor,  para ganhar no volume. Usa e abusa de  um mercado interno de 1,5 bilhão de habitantes e externo de outros  bilhões, todos  ávidos por produtos de consumo à preços baixos. Alcançando escalas de produção  fantásticas  para coexistência de muitos  competidores. Com  as menores taxas de impostos do mundo ( 20% do PIB ); com uma mão de obra disciplinada e laboriosa, a China coloca-se como se fosse uma empresa, uma aventura empresarial, à nível de nação,  para competir de igual para igual com os líderes mundiais. Outras nações deixam que o desafio de enfrentar o mundo seja só das suas empresas e não um projeto nacional. Como o caso brasileiro, que exibe um excepcional desempenho agrícola, mas tem  a pior infraestrutura da porteira da fazenda para fora. Um  agricultor que  não tem no governo um aliado , mas um obstáculo. É um herói solitário!


Ao dizer Não ao Quiz inicial, a China está em linha com o que há de mais moderno na Economia. Revolucionando a produtividade, taxando pouco o cidadão, e com isto tirando   da miséria milhões de chineses ao criar  mais  empregos. Com a menor disponibilidade  de mão de obra, valorizou os salários, que  já superam  os dos países vizinhos. O governo chinês descobriu que é melhor ganhar pouco de muitos do que muito de poucos.




São Paulo, 21 de janeiro de 2022.

Jorge Wilson Simeira Jacob
















 















Nenhum comentário:

Postar um comentário