quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

 A obesidade é um  mal do dinheiro !



Não é fácil deixar de seguir a manada. Onde o boi vai a vacada  vai atrás. É impressionante o poder da inércia no comportamento das pessoas. Basta observar o trânsito nas avenidas nas quais há faixa exclusiva para ônibus, exceto nos finais de semana. Nos sábados e domingos poucos são os que trafegam nestas faixas, ficam desnecessariamente em fila. Mesmo quando alguns se atrevem a usar as faixas de ônibus, poucos são os que percebem a oportunidade.O que demonstra como, por hábito , deixamos de questionar as decisões a tomar. 


Pensar criticamente é um desafio à lei do menor esforço. Não só o hábito nos condiciona, mas também a moda. Há modismos como tatuagem, jeans rasgados ou desbotados, que se espalharam pelo mundo. O mimetismo nivela a grande maioria,  que não para para pensar. Pertencer à tribo dá conforto. Mesmo a moda sendo ridícula como a tatuagem, que encobre peles bonitas, e extravagante como pagar altos preços por uma grife, que é uma tolice,  ela tem seguidores. Aderir a uma tribo é renunciar à individualidade, a cultivar a própria personalidade. 


A influência social atinge todos os campos: da saúde, da estética,  da cultura… a tal ponto que há medicamentos, cosméticos, modismos de valor duvidoso,  que são de apelo generalizado. A vaidade humana não conhece limites. Vai a ponto de sujeitar pessoas  a delicadas cirurgias para alterar partes do corpo que nada têm de feios ou errados. Simplesmente por não estar no gosto do momento.


A moda é volúvel. Antigamente a beleza feminina era a mulher gorda. Uma delas, muito obesa, ganhava do marido 100 dólares a cada quilo que engordasse. Agora a moda está favorecendo a magreza tipo manequim - sem traseiro, sem seios e sem carne - só ossos. O que criou um enorme mercado para os profissionais das clínicas de emagrecimento. Dietas existem para todos os gostos: só de proteínas, a do abacaxi, a de não misturar alhos com bugalhos…


Em comum as dietas partem de uma contabilidade de calorias :  ingestão e consumo. Os nutricionistas fornecem tabelas do valor calórico de cada alimento. Os resultados só surgem com enormes sacrifícios. Ainda assim, mesmo com a força da moda, a população dos países ricos está cada vez mais obesa. Com este resultado não estaria na hora de questionar se realmente a base da obesidade seria o controle das calorias?


Certamente não serão os profissionais do emagrecimento que irão abandonar a crença nos regimes. Como não serão os guardas do trânsito que irão avisar- nos  a trafegar na faixa de ônibus, nos domingos. Nós , os instintivos e dotados do senso comum, é que devemos parar para criticar esses tratamentos. Fiz isto! Das minhas observações, conclui  que a melhor dieta e a mais fácil de controlar, não deve ser a que mede calorias, mas a despesa. Em vez de 2000 calorias , adote-se um valor monetário de poucos reais/dia. O que engorda, na verdade, não são as calorias, mas pagar a conta. Como não há ( ou há pouco ) almoço grátis, o resultado será um corpinho enxuto. A prova: obesidade é um mal do dinheiro, tanto que os miseráveis são magros. Comida de graça não engorda! Engorda é pagar a conta! Coma à vontade…só se for grátis…e seja esbelto e feliz.


São Paulo, 05 de janeiro de 2022.

Jorge Wilson Simeira Jacob




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