sábado, 31 de agosto de 2024

 O  amor é natural.



A Inteligência Artificial ( IA )  já é uma realidade. Deixou de ser um sonho. Um sonho que promete a  liberdade ao ser humano. Com o IA a vida como a conhecemos será coisa do passado. 


Os desenvolvedores da IA prometem um novo mundo:  livros escritos sem escritores; problemas equacionados sem matemáticos; produtos produzidos sem o concurso de mão de obra humana; doenças tratadas sem os cuidados de médicos; guerras sem soldados… e por ai vão os sonhos.


As consequências  se apresentam como algo assustador para nós os leigos. O que será dos empregos e das profissões liberais se a produção  e os serviços serão robotizados? Estaremos quase todos desempregados?


Nós  estaremos tão estupefatos como quando vemos os resultados de aplicativos que usam os  algoritmos. Usamos, por exemplo,  um Waze sem conseguir atinar com o seu funcionamento. Como é  possível orientar os motoristas de todo o mundo, todo o tempo, por todas ruas e vielas, em tempo real?Até parece magia!


Em recente  artigo nesta coluna no dia 23.06.24 sob o titulo da Jornada da Humanidade, que aborda as diversas revoluções tecnológicas , lê-se que ao aumento de produtividade por elas conseguidas foram neutralizadas pelo aumento populacional.


Acontece que desta vez uma revolução tecnológica acontece em condições diversas. As perspectivas,  ao contrario das vezes anteriores,  é de decréscimo populacional e de acentuado envelhecimento da população. 


A confluência do aumento da produtividade ( qualitativa e quantitativa ) com o decréscimo populacional e o seu envelhecimento trarão efeitos ainda não totalmente percebidos. Não sabemos  em  que mundo viverão os nossos netos nas próximas décadas. Esta é a questão.


O que temos hoje é um amplo espaço para especulação. Podemos projetar com razoável possibilidade de  acerto de que os trabalhos rotineiros serão os mais prejudicados. A robotização encontra facilidade nas tarefas repetitivas. 


O que  não signifique que outras atividades ficarão isentas de serem eliminadas ou desvalorizadas.  Fala-se em  diagnósticos médicos,   orientações jurídicas,  projetos de engenharia…todos atendidos pela IA nos computadores.


Em contrapartida serão  valorizados os profissionais dedicados à IA. A obsolescência das profissões  será uma dura realidade. 


A IA promete fazer de tudo e melhor do que faria um humano. Até ai, no que diz respeito, a produtos e serviços mais baratos, tudo bem. A resultante  será o desemprego. Como os governos vão administrar a falta de ocupação para a grande massa da população? Como haverá poder aquisitivo em regime de desemprego, mesmo em uma população menor?


Não só a população será afetada. Os governos terão também que se adaptar usando a IA para enxugar a maquina administrativa e reduzir o seu custo para o cidadão.


 Os  governos serão tentados a  prover renda ( pouca, pois os produtos serão muito baratos ) para os subempregados ou desempregados; a reduzir a poucas horas  a semana de trabalho; a criar lazer para os desocupados;   substituindo os empregadores… Panis & e circus,   estará na mira dos políticos, como sempre esteve desde os romanos.


Orwell , mesmo prevendo no seu livro 1984 a possibilidade de um totalitarismo opressivo, não podia imaginar o potencial de perigo a ameaçar a sociedade com a existência de instrumento de informação como a IA . Com ela poderemos ser joguetes nas mãos de ditadores inescrupulosos.


Neste mundo, estaria sob serio risco o ideal do governo mínimo, que poderá dar lugar ao seu oposto, um governo totalitário.


Mesmo entre as nações o mundo será diferente. As desavenças entre elas  serão resolvidas sem mortes. As guerras seriam entre os instrumentos da IA.  O que não seria de espantar, pois hoje ja existem drones teleguiados assim como serão os  tanques, aviões, foguetes e navios. Os soldados serão dispensáveis nas guerras. 


Entretanto,  de todas as mudanças a que mais assusta os pessimistas é a perda de controle sobre a máquina e ela  adquirir vida própria e virar-se contra a humanidade.


A salvo só estará um processo que não será alterado nesse mundo novo — o amor.  O amor continuara a prevalecer.  Esta é a única  certeza.


Não inventaram e não inventarão nada igual. O amor é a própria natureza humana. Não depende de nenhum tipo de inteligência , principalmente uma artificial . O amor é insubstituível. É natural.




Sao Paulo, 18 de julho de 2024..

Jorge Wilson Simeira Jacob





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