sábado, 17 de maio de 2025


Da felicidade


Para muitas pessoas a felicidade é semelhante a uma bola; querem-na de todo jeito e, quando a possuem, dão-lhe um chute.

Pe.  Mário Glaab



A palavra felicidade é,  desde que o homem existe, a síntese dos nossos melhores desejos. Não por menos os sábios gregos filosofaram sobre ela. Não só os pensadores antigos, mas todos os que se preocuparam com este sentimento.


Os antigos gregos aprofundaram-se no seu entendimento procurando  definí-la, descobrí-la e  aumentá-la. Eles a dividiram para poder entender em dois grupos: eudemonismo, que pode ser visto como sendo ter significado e propósito na vida; e  o hedonismo, que é o desejo do prazer e de evitar o sofrimento.


De certa forma as duas posições nem sempre coincidem, mas quase  sempre uma prevalece sobre a outra determinando o grau da  nossa felicidade


Definindo a felicidade.


Em uma visão prosaica, a nossa natureza nos faz oscilar entre as duas definições da felicidade. O nosso emocional influencia o nosso sentir. Muitas situações que sabidamente são passageiras, dão-nos a falsa sensação de felicidade ou infelicidade. São momentos transitórios. 


O hedonismo é a condição de “estar” feliz, que  pode ser  alimentado por um bem estar físico, uma paz de espírito ou uma conquista amorosa, que  afetam o nosso julgamento. É uma fração de felicidade.


O eudemonismo  tem um carácter mais abrangente e duradouro. É um sentimento de permanência, é “ser” feliz, propiciado por se ter um  significado e  propósito de vida, que promete um estado mais puro da felicidade.


 Nesse sentido, Aristóteles  identifica como fonte  da felicidade, um conceito central no eudemonismo, a realização do potencial humano. Pois, somente o  conhecer a dimensão das nossas potencialidades nos dá a medida do que somos, da nossa felicidade.


Descobrindo a felicidade


Schopenhauer entendia que os homens só valorizam o que não têm, poucos, o que têm. O que faz pensar de ser da nossa natureza humana uma permanente insatisfação, pois sempre estamos atrás de  algo que não temos. O que faz ser a felicidade um estado de espírito.


Um estado de espírito que nos faz sentir a felicidade ou a infelicidade. Os infelizes  sentem-se   vítimas de tudo e de todos. Não assumem a responsabilidade por suas vidas. Já os felizes acreditam ser fruto dos seus méritos. 


Esse estado de espírito   torna a vida dos negativos amarga  por colocá-los  quase sempre na expectativa do pior. Sentem-se tendo uma espada sobre a cabeça. Não fazem distinção  entre um programa e um espetáculo. 


O primeiro atenta para o todo e o outro por uma parte. Por exemplo:  em um jogo de futebol o espetáculo é o desempenho dos jogadores;  e o programa abrange o todo — companhia, torcida, ar livre… Um saiu para assistir ao jogo, o outro para ser feliz.



Aumentar a felicidade


Inquestionável ser a existência simultânea dos dois sentimentos, hedonismo e o eudemonismo, se possível, o ideal da felicidade. Mas o mundo ideal só existe em nossa imaginação. O mundo acessível é o possível dentro das nossas circunstâncias. Ser feliz é equilibrar as possibilidades e satisfazer-se com elas.


Um estado de espírito positivo faz com que se dê pesos iguais ao que é favorável e o desfavorável. Não se deixa influenciar pelo que não tem, nem pela inveja dos que tem mais, mas encontram  a felicidade no tem.



Ter sempre presente o que são  fatos transitórios (hedonismo ) dos que são  permanentes ( eudemonismo ) para poder administrar a nossa vida com racionalidade. Os fatos que podem ser mudados não devem abalar a nossa felicidade.


 O tempo, na administração da felicidade,  é um aliado que não deve ser desprezado. Deixemos o tempo trabalhar em nosso favor. Os que não o usam, geralmente são severamente castigados por ele. Não por outra razão os sábios são pacientes. Ajudar o tempo é parte do uso dele  em nosso favor.



Aplicar bem o tempo é direcioná-lo para o que tem significado e propósito na  vida ( eudemonismo).  Neste sentido, nada  supera em significado e a nossa dedicação àqueles  que amamos e que retribuem o nosso amor.


 Sem exceção, no final da nossa vida, o maior arrependimento que temos  é o  das  oportunidades não aproveitadas no cultivo  do amor às   pessoas queridas.


Conclusão 


A felicidade está ao nosso alcance. Só existindo uma razão para um ser humano sentir-se infeliz — a morte de um filho. O resto depende só do nosso estado de espírito para  não chutar  a felicidade quando ela estiver ao  nosso alcance.


São Paulo, 04 de maio de 2025

Jorge Wilson Simeira Jacob





O prazer de dar prazer


Vem com  teus lábios quentes 

Que quero loucamente  beijar,

Vem pros meus braços ardentes,

Quero amorosamente te abraçar.


Não demore, estou ansioso

Para no meu peito apertar 

Esse teu corpo gostoso

Pra minh’alma acalmar.


Não consigo mais esperar, 

Tremo de  emoção e dor

Tanto quanto posso desejar

Sentir dos teus lábios o calor.


A demora é um tormento,

Que trás um eterno sofrer,

Um medo de quase morrer,

Diante de tanto sofrimento.


Vem, de tudo despida,

Sem nada a temer,

Para o melhor da vida:

O prazer de dar prazer.


São Paulo, 4 de maio de 2025

Jorge Wilson Simeira Jacob










 













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