domingo, 24 de dezembro de 2023

 O fracasso do Bolsonaro


 Bolsonaro errou menos pelo que fez e mais pelo que não fez. Fracassou na tentativa da reeleição por pequena desvantagem. Teria vencido se tivesse feito o que prometeu em campanha: — reduzir o tamanho do governo para liberar a economia.


Na sua presidência  limitou-se a poucas privatizações e uma limitada redução do número de ministérios. Mas falhou ao não eliminar funções. Reduzir os  cargos ( posições no organograma ) sem reduzir as funções ( tarefas ) , não altera substancialmente os custos do governo. Guedes , como Ministro da Economia não eliminou funções , simplesmente as acumulou.


Milei , presidente da Argentina, não está dando mostras de cometer o mesmo erro. Atacou a esclerose da máquina com três ações: privatização , desburocratização  e cortes de custos. Deu de partida um choque de liberdade, pois a contemporização trabalha contra as reformas. Sabe ele que os parasitas do governo usam do tempo para boicotar o plano de governo e a sociedade quer ver resultados.




Ao contrario, Bolsonaro  não  cortou os  custos da máquina desburocratizando  o governo. A eliminação de funções, não só reduz o custo como tem a virtude de destravar as atividades das empresas geradoras de emprego e desenvolvimento. A  privatização  depende do apoio do legislativo, que é um jogo político, e de  enfrentar a  resistência dos seus beneficiários , que vivem à sombra das empresas estatais — políticos, funcionários e lobistas. Já a  desburocratização  depende da vontade política do gestor. Milei está fazendo  isto no seu governo.



Milei soltou uma lista de desburocratização, com base em  decretos — o que deu-lhe liberdade de ação (o que poderia também ser feito no Brasil) .   É de boa tática atacar prioritariamente aquilo que não depende de aprovação do Congresso e que   desmoraliza a justificativa de não existir apoio do sistema para enxugar o governo.


Só com a desburocratização , Melei criou condições para acelerar o desenvolvimento da Argentina. A lista de corte de funções e de cargos  é incrível. E mostra as inúmeras  amarras impostas pelo governo à iniciativa privada. O político-intervencionista  é como dono de um pássaro que o prende na gaiola e reclama por ele não voar. O nível de amarras  burocráticas , leis, decretos e regulamentos,  se contam aos milhões. Se as restrições aos nossos pássaros de voar fossem divulgadas, como o fez Milei, a nação ficaria estarrecida.


Bolsonaro e o seu Posto Ypiranga perderam a reeleição por não darem o choque de liberdade que os  que votaram nele esperavam. A sociedade não tem consciência do exagerado número de restrições que lhe são impostas pelo  governo .”O intervencionismo é o caminho da servidão ( Hayek )”.


Milei cortou custos: reduziu o número de ministérios e secretarias , cancelou um número expressivo de funções, vai vender carros e aviões que serviam aos políticos . Teve a virtude de eliminar  funções —  que geram  gastos e impede o pássaro de 

voar. E deu bom exemplo cortando na própria carne.



Em demonstração de habilidade política e preocupação  social. Milei criou um programa de amparo aos menos afortunados e uma postura firme com os manifestantes que perturbarem a ordem ou desrespeitarem as leis. Ele se mostra intransigente com as restrições à liberdade individual e o respeito à Lei e a Ordem.


Bolsonaro fracassou por não mostrar resultados compatíveis com a sua promessa eleitoral. Ficou devendo corte de custos, privatização e  desburocratização para tirar as garras do governo dos ombros dos cidadãos.


Sao Paulo, 23 de dezembro de 2023

Jorge Wilson Simeira Jacob



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