quinta-feira, 13 de julho de 2023

 A Guerra Contra o Ocidente.


“ Nos últimos anos , ficou cada vez mais claro que há uma guerra em andamento contra o Ocidente. Ela não é como as guerras anteriores, em que exércitos se chocavam e os vencedores eram declarados. Trata- se de uma guerra cultural, e está sendo travada impiedosamente contra todas as raízes da tradição ocidental e contra tudo de bom produzido por ela”. 


A introdução acima de Douglas Murray ao seu recente livro A guerra contra o Ocidente ( 229 páginas, editora Avis Rara, Amazon $36,39 ) levanta uma preocupação que deveria incomodar o mundo dos conscientes . Com redação jornalística, muito bem documentada, Douglas aponta o problema com vistas a mostrar a sua surpresa com a indiferença dos intelectuais do Ocidente.


O autor é nada menos do que editor associado do The Spectator. Jornalista e autor de best-seller, ele atua em grandes jornais , como The Times, The Sun, The Wall Street Journal. Seus dois livros anteriores, The Madness of   Crowds e The Strange Death of Europe  são best sellers internacionais.


A Guerra Contra o Ocidente não é um texto alarmista, ponderado, é um chamamento à razão. Um brado de alerta contra a tendência masoquista em crescimento. O Ocidente, que foi o responsável a tirar, com a economia de mercado, bilhões de seres humanos da miséria, que criou a democracia, libertou os escravos - não só os que alguns dos seus escravizaram, mas também os escravizados pelos da sua raça, está sob ataque. O mundo está ignorando o  muito que deve ao Ocidente pelo seu desenvolvimento, principalmente por ter evoluído e  redimido dos seus pecados.


Os fatos, se melhor analisados, mostram que, apesar das críticas, é para o Ocidente que há correntes migratórias, Não há fluxo de pessoas em direção da China, Índia e África. Os monumentos de exploradores dos escravos e racistas são derrubados nos Estados Unidos e no Canadá, mas o enorme busto de Karl Marx, no cemitério de Highgate em Londres, permanece intacto. Exibindo na lápide  a citação de  Marx :” Tudo o que os filósofos fizeram foi interpretar o mundo de diversas maneiras, a questão é mudá-lo” . E o que as suas ideias fizeram foi provocar  a morte de milhões com a sua ideologia. O que conseguiu com as suas matanças na União Soviética, Cuba, Noruega, Camboja, China… por onde passou. Mas o seu monumento continua inatacável.


Entre a gratidão e o ressentimento, este tem prevalecido na história da humanidade. É uma emoção que atribui aos outros o que deve ser da sua responsabilidade, Douglas cita Nietzsche: “ Um dos perigos dos homens de ressentimento é que eles encontraram a sua forma definitiva de vingança, que é transformar as pessoas felizes em pessoas infelizes como eles - esfregar a sua miséria na cara dos felizes, para que se envergonhe de sua felicidade e talvez digam aos outros: é uma vergonha ser feliz! Existe muita miséria!  Também houve muito progresso! Não há gratidão pelo que o Ocidente fez pela humanidade, prevalece o ressentimento.


Segundo Douglas: as pessoas começaram a falar de “igualdade” , mas não pareciam falar em direitos iguais. Elas falavam de “antirracismo” , mas soavam profundamente racistas. Elas falavam de “justiça” , mas pareciam querer “ vingança”.


Este é um livro para quem gosta de repensar as suas verdades. É rico em exemplos e dados históricos. Pensa fundo. Vai ao âmago do problemas com admirável lucidez . Presta um serviço à humanidade com o  alerta para os exageros no retorno do pêndulo em que o maior responsável é o maniqueísmo que está permeando a cultura Ocidental.


Um livro a ser lido e pensado.

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São Paulo, 13 de julho de 2023.

Jorge Wilson Simeira Jacob



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