UM ETERNO BELIGERANTE.
O Presidente Lula é bom de briga. Ele gosta delas . É um eterno beligerante. Bom de tática ele está sempre no ataque. Um dia o alvo é o presidente do Banco Central. Em outro a “ insensibilidade do mercado financeiro” e agora chegou a vez dos dividendos da Petrobras. Nem sempre ele tem razão e sempre ignora os cânones da teoria econômica. Fala a linguagem que o homem comum entende. Ele investe naquilo que a sua sensibilidade diz ser a aspiração popular. Nunca vai contra a crença geral. Pouco importa a veracidade dos fatos. O que vale é navegar a favor da maré.
Os resultados comprovam a validade da tática praticada.Ele fica bem na briga, pois consegue contra tantos casos que lhe são contrários, ter um eleitorado cativo, fiel. A sua deficiência de dominar conceitos básicos passam despercebidas do grande público. Os seus erros gramaticais só doem nos ouvidos de uma minoria. A maioria usa do mesmo português sem os “ esses, errres” e com erros de concordância. Ele não dá a mínima importância para as suas limitações . Até se vangloria delas e as usa em seu favor. Em tudo e por tudo, ele é igual aos seus seguidores.
Lula, como um deles, conhece o seu eleitorado. Ignora olimpicamente a verdade, como quando reconheceu exagerar na Europa o número de crianças famintas nas ruas, que sabia ser mentira. A massa não dá o devido valor ao caráter dos políticos. Nem mesmo se a complexidade e profundidade dos problemas são ignorados nos seus discursos. A postura irritada e indignada de Lula é uma constante. Investe contra o seu governo como se oposição fosse. Nunca joga na defesa. Ataca os seus antes que outros o façam. Só tem um compromisso — a próxima eleição .
Entretanto, nem sempre as bravatas de Lula estão erradas. Nos últimos episódios, ele está certo ao considerar um escândalo os dividendos da Petrobras. Os dividendos só são respeitáveis se o lucro da empresa é legítimo. O que não é o caso da Petrobras. O lucro de uma empresa que detém na prática um monopólio e tem o respaldo do governo é imoral. Não fosse o aval governamental e a capacidade de determinar os seus preços, a Petrobras não teria sobrevivido à Lava Jato. Estaria na vala das falidas…e os minoritários a ver navios.
A Petrobras é uma aberração. É um monopólio que o governo concede a acionistas privados nacionais e internacionais. É um privilégio para uma minoria. O seu lucro é imoral, pois não resulta de uma competição no mercado que lhe dê legitimidade. O lucro deve ser a medida do desempenho de uma empresa em relação aos seus concorrentes. O lucro deve ser uma mais valia pela contribuição da operação dada à economia.
No subproduto da sua crítica, Lula está errado quando ignora que os dividendos não são recursos que retornam à correnteza gerando consumo e investimentos. Mesmo que os dividendos fossem queimados, ainda assim estariam contribuindo para enriquecer o Tesouro, valorizando a moeda. Portanto, é menos mal os dividendos em mãos particulares do que aumentando as garras da Petrobras.A contribuição da Petrobras, depois da privatização, seria aplicar preços menores, o que sim dinamizaria a economia. Ainda que isto significasse o fim de algumas empresas que servem de fachada para mascarar existir concorrência nesse mercado, o que custa caro ao consumidor.
Se a Petrobras dá prejuízos ou dá lucro não importa, deve ser privatizada. Nenhum monopólio é bom para nenhum país. A economia de mercado agradecerá com maior desenvolvimento econômico.Os investimentos do governo na Petrobras serão mais saudáveis à economia se aplicada na saúde pública. E Lula não terá porque ser contra os dividendos, pois serão o resultado de uma saudável planta que frutificou. E poderá direcionar a sua beligerância contra as árvores do governo que não dão frutos.
São Paulo, 03.03.2023.
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