sexta-feira, 10 de março de 2023

 UM ETERNO BELIGERANTE.



O Presidente Lula é bom de briga. Ele gosta delas . É um eterno beligerante. Bom de tática ele está sempre no ataque. Um dia o alvo é o presidente do Banco Central. Em outro a “ insensibilidade do mercado financeiro”  e agora chegou a vez dos dividendos da Petrobras. Nem sempre ele tem razão e sempre ignora os cânones da teoria econômica. Fala a linguagem que o homem comum entende. Ele investe naquilo que a sua sensibilidade diz ser a aspiração popular. Nunca vai contra a crença geral. Pouco importa a veracidade dos fatos. O que vale é navegar a favor da maré.


Os resultados comprovam a validade da tática praticada.Ele fica  bem na briga, pois consegue contra tantos casos  que lhe são contrários, ter um eleitorado cativo, fiel. A sua deficiência de dominar conceitos básicos passam despercebidas do grande público. Os seus erros gramaticais só doem nos ouvidos de uma minoria. A maioria usa do mesmo português sem os  “ esses, errres”  e com erros de concordância. Ele não dá a mínima importância para as suas limitações . Até se vangloria delas e  as usa em seu favor. Em tudo e por tudo,  ele é igual aos seus seguidores.


Lula, como um deles, conhece o seu eleitorado. Ignora olimpicamente a verdade, como quando reconheceu exagerar na Europa o número de crianças famintas nas ruas, que sabia ser mentira. A massa não dá o devido valor ao caráter dos políticos. Nem mesmo se a complexidade e profundidade dos problemas são ignorados nos seus discursos. A postura irritada e indignada de Lula é uma  constante. Investe  contra o seu governo como se  oposição fosse. Nunca joga na defesa. Ataca  os seus antes que outros o façam. Só tem um compromisso — a próxima eleição .


Entretanto, nem sempre  as bravatas de Lula estão erradas. Nos últimos episódios, ele  está certo ao  considerar um escândalo os dividendos da Petrobras. Os dividendos só são respeitáveis se o lucro da empresa é legítimo. O que não é o caso da Petrobras. O lucro de uma empresa que detém na prática um monopólio e tem o respaldo do governo é imoral. Não fosse o aval governamental e a capacidade de determinar os seus preços, a Petrobras não teria sobrevivido à Lava Jato. Estaria na vala das falidas…e os minoritários a ver navios.



A Petrobras é uma aberração. É um monopólio que o governo concede a acionistas privados nacionais e internacionais. É um privilégio para uma minoria. O seu lucro é imoral, pois não resulta de uma competição no mercado que lhe dê legitimidade. O lucro deve ser a medida do desempenho de uma empresa em relação aos seus concorrentes. O lucro deve ser  uma mais valia pela contribuição da operação dada à economia.


No subproduto da sua crítica,  Lula está errado quando ignora que os dividendos não são recursos que retornam à correnteza gerando consumo e investimentos. Mesmo que os dividendos fossem queimados, ainda assim estariam contribuindo para enriquecer o Tesouro, valorizando a moeda. Portanto, é menos mal os dividendos em mãos particulares do que aumentando as garras da Petrobras.A   contribuição da Petrobras, depois da privatização,   seria aplicar preços menores, o que sim dinamizaria a economia. Ainda que isto significasse o fim de algumas empresas que servem de fachada para mascarar existir concorrência nesse mercado, o que custa caro ao consumidor.


Se a Petrobras dá prejuízos ou dá   lucro não importa, deve ser privatizada. Nenhum monopólio é bom para nenhum país. A economia de mercado agradecerá com maior desenvolvimento econômico.Os investimentos do governo na Petrobras serão mais saudáveis à economia se aplicada na saúde pública.  E Lula não terá porque ser contra os dividendos, pois serão o resultado  de uma saudável planta  que frutificou. E poderá direcionar a sua beligerância contra as árvores do governo que não dão frutos. 


São Paulo, 03.03.2023.


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