sexta-feira, 12 de junho de 2020


O Governo  Mínimo .


A última inserção neste bloque,  Uma Proposta Simples, um texto provocativo,  teve repercussões acima dos padrões. Por oportuno, compartilho com os leitores três delas com as respectivas respostas:

P - Quem vai controlar as emissões da moeda? Surpreendeu-me  pela  perspicácia  esta pergunta de um garoto de 11 anos.
R - Os mesmos que controlam as emissões trilhionárias do Trump, da  União Europeia e há décadas do Japão - o mercado. Só enquanto houver compradores, as emissões serão viáveis. Atente que depois do fim do lastro ouro ao dólar, promovido por Nixon, as moedas não são nada mais  do que uma ficção, cuja aceitação depende unicamente da confiança.

P - A ideia em si é sensacional, porém utópica . Afirma uma advogada, intelectual  talentosa, com visão prática.
R - A ideia inicial  era escrever uma sátira, despretenciosa, não tão absurda quanto a  A Modest Proposal de Swift, que propunha a criação e engorda de crianças para matar a fome dos ricos. Acontece que ao finalizar o texto, ocorreu-me que a ideia poderia não ser assim tão absurda, pois os inconvenientes da emissão de moeda para pagar os custos do governo, talvez fosse um mal menor do que os ônus ( diretos e indiretos ) de um governo - que tornou a economia brasileira inviável. O que me levou a não ser enfático no traço irônico do artigo.

P - Comprei totalmente Uma Proposta Simples. Continue a escrever sobre ela e às suas consequências.Vc é o visionário numero 1 e eu o 2. Aprova um jovem industrial septuagenário.
R - o texto, propositadamente, é dúbio. Uma provocação, que deixa  ao encargo de cada leitor escolher entre ser uma proposta séria  ou uma sátira. Vc a  levou a sério.

Este jogo de perguntas e respostas, transcritas não literalmente, é uma amostra de que os textos  são interpretados de acordo com as perspectivas de cada  leitor. Vejamos:
 - Um jovem surpreende pela acuidade ao ter visão do funcionamento da economia, mas, natural nessa idade,  é estar condicionado  aos controles e quer saber - quem vai controlar?
- Uma intelectual, treinada na abstração e a ler nas entrelinhas, mas com os pés no chão, vê como utopia o desmonte de uma máquina poderosa, ainda que desejável. 
- Um visionário assumido, crente nas virtudes de um governo mínimo, não cogita de  ironia, e de peito aberto pede mais.


Estas três manifestações e todas as outras  sao receptivas à  ideia  de que o governo é a principal causa de todos os nossos males. Oxalá esta amostra de uma nova visão da organização do estado  enseje substituir o questionamento  às virtudes do  regime democrático ( hoje um tema mundial ) para o  das (des)vantagens do governo - em qualquer que seja o regime. Esta foi a intenção subliminar da mensagem - o governo mínimo é o ideal...e é possível! Utópico é tirar os parasitas das nossas costas.

Enfim - o maior inimigo do mau governo é o  governo mínimo!


As Minhas Reflexões.
Jorge Wilson Simeira Jacob
12 de junho de 2020.


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