sexta-feira, 22 de maio de 2020

Apesar Dos Pesares.

“Apresso-me em rir de tudo, por medo de ser obrigado a chorar.”
 P.A. de Beaumarchais


O brasileiro é conhecido por ser espirituoso, criativo e dotado de bom humor. Características que nos colocam em vantagem à nações sem uma ou sem nenhuma delas. Nacionalmente nem todos temos  a verve dos cariocas,  que fazem limonadas de todos os limões. Não há acontecimento, favorável  ou trágico, que não vire aqui piada de pronto. Não por outra razão  somos identificados,  no mundo, como um povo alegre por natureza. O brasileiro é por índole brincalhão. O nosso humor , ao estilo italiano,  se alimenta mais do deboche, da malícia e  da gozação. É  um humor no geral explícito, direto, enquanto o dos britânicos, mestres da  ironia e do sarcasmo, é sútil, velado, exige interpretação. Para nós uma Presidente, com raciocínio  confuso como o do Cantinflas, é avaliada como sofredora de limítrofe mental.  Os seus  discursos sobre o vento ou como dobrar metas inexistentes ou de necessariamente ter cachorro no Dia das Crianças são piadas transparentes, que, de tão absurdas,  dispensam reflexões e nos levam  diretamente às gargalhadas.

 O fato acima possivelmente seria visto por um fleumático britânico como uma possível ironia, de tão chocantes serem as colocações. E em  sendo um tirada espirituosa não seria uma idiotia, mas uma provocação à nossa inteligência.  O mesmo enfoque dariam eles   às tiradas do nosso Presidente ao sugerir: tubaína como solução para o coronavírus, aparentando descaso com o sofrimento alheio;  não estuprar a deputada, por ser feia; e a escalar um humorista para responder às perguntas da imprensa no portão do Alvorada. Como também avaliariam como irônico um político raivoso que, indiferente à tragédia alheia, ousa até  a louvar  a natureza pela crise do  coronavírus para justificar o tamanho do governo. Tudo bem, mesmo que um mínimo de alegria faça parte  até de conversa em  velório, mas tudo tem limites. E estes são tênues   a separar  a galhofa  da ironia, entre ser espirituoso ou idiota, o erotismo da  pornografia...





Um povo alegre não pode ser sério, diria a presidenta. E como  cada povo tem o governo que merece... O nosso é uma  amostra do espírito folgazão do brasileiro, que tem como vocação:  o jeitinho, as leis-vacinas ( que nem sempre pegam ) e a  lei do Gerson. A alegria nacional estampada no colorido do Carnaval, na ginga do nosso futebol e na sensualidade das mulatas seria uma fatalidade a nos fazer merecer  ter na presidência ou uma idiota a nos fazer rir ou um  trapalhão  a nos  fazer chorar?!!!
Apesar dos pesares, é melhor rir de tudo antes que sejamos obrigados a  chorar por tudo!

As Minhas Reflexões.
Jorge Wilson Simeira Jacob
21 de maio de 2020.

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