O Príncipe Sapo.
Na conhecida fábula dos Irmãos Grimm, uma princesa, instada por seu pai a cumprir a promessa feita, beijou o sapo quebrando o encanto a que estava submetido um príncipe. Os dois apaixonaram-se e festejaram o casamento por uma semana para serem felizes para todo o sempre. Este é um roteiro fabuloso, que não se repete na política., Nesta, ao contrário, os encantados são os príncipes, que, quando desmascarados viram sapos. Ao desencanto dos eleitores não se sucede um enlace, mas uma decepção. Príncipes, que eram admirados e alimentavam fanatismos, viram sapos quando beijados por revelações do lado negro da sua conduta. O número deles é quase do tamanho do universo político. Poucas e raras são as excessões. Um fato notório é que quanto maior é o carisma do personagem maior é a possibilidade de se tratar de um sapo encantado.
O senso comum afirma que todo malandro tem que ser simpático, caso contrário não engana ninguém. Um pouco mais de sabedoria leva a saber que todo demagogo tem que ser encantador para ter seguidores fanáticos. Um exemplo presente é o dos dois príncipes carismáticos lavando roupa suja em público, com total desprezo pela crise atual. Uma troca de ditos e desditos, que só convencem os seus partidários, são julgados sem nenhum filtro crítico. O mesmo fato que absolve aos olhos de uns, é condenável pelos outros. Eles usam e abusam da conhecida técnica de desqualificar o adversário como ingrato, mentiroso, abuso do poder e jogo eleitoral , em vez da discussão objetiva dos fatos - os quais na maioria das vezes ficam ignorados, sem respostas. Um verdadeiro teatro do absurdo que, quem olhe com isenção de ânimo, fica estupefato com a visão passional dos seguidores de cada lado.
Uma parte da corte está surpresa com as acusações, temendo que o seu príncipe vire sapo comprometendo o seu mandato e a outra, que o seu queime o seu prestígio. Há no ar um suspense - até onde irá o arsenal de gravações, fake news e testemunhos de cada lado? Como de costume as provas mais comprometedoras ficam para o capítulo final . Pode-se esperar, no tempo devido, uma escalada no atual bate-boca. O eleitorado não perde por esperar, pois, dependendo do poder de destruição dos contendores, surgirão, nas próximas eleições, outros príncipes encantados para se tornarem sapos a ser substituídos por outros príncipes encantados ... em uma sequência infinita de desencantamentos - per secula seculorum. Amem.
As Minhas Reflexões.
Jorge Wilson Simeira Jacob
26 de abril de 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário