A hora e a vez das mulheres.
A história da humanidade é dividida em dois grandes períodos, a pré-historia e a história, que se subdividem em diversas idades: pedra, cobre, bronze... . Sua totalidade poderia ter como minha sugestão aos historiadores os títulos: A Era Masculina e a Era Feminina. A primeira categorizava a valorização da força física . Neste período, sem interrupção, sob um único guarda-chuva, ocorreu a preponderância do domínio dos homens. As mulheres, como regra, eram coadjuvantes na vida social. Durante milênios a superioridade foi determinada pela força bruta - uma característica masculina. Eram eles, avantajados na musculatura, dotados para rachar pedras, carregar pesos e fazer guerras. Esta condição lhes dava uma posição vantajosa, dominadora, mantendo as mulheres em posição de subserviência. Com isto mantiveram-nas sob sanções sociais que as inibia de aventurar-se a desafios mais arrojados. Como resultado, ocorreu uma divisão do trabalho, cabendo às mulheres os cuidados da prole, da casa, da agricultura doméstica e do ensino primário. Elas eram educadas a aceitar esta estratificação pacificamente, sem críticas e sem questionamentos.
Esta situação começou a mudar com a revolução capitalista. O primeiro passo foi dado pela Revolução Industrial que deu início a profundas mudanças sociais. A industrialização, necessitada de mão de obra disciplinada para tarefas simplificadas, acentuadas na segunda Guerra Mundial, deu independência econômica às mulheres e, com as inovações, liberou-as da maioria dos afazeres domésticos. Não mais gastando tempo com lavar roupas, louças, costurar, cozinhar... dedicaram-se aos estudos e às disputas de posições mais valorizadas na ordem econômica. Em seguida, a pílula ( contracepção ), propiciando a liberdade sexual e o controle da prole, deu o domínio sobre o próprio corpo, do tamanho da família , e, com a disseminação da universalização do ensino e o acesso à informação, reposicionou a mulher no mundo. Todas esta alterações foram se somando para, como pequenos rios, formarem um grande amazonas, que se tornou a mais profunda e influente de todas as inovações da humanidade - a liberação da mulher - , superando em importância todas as merecidamente decantadas conquistas tecnológicas.
A mudança dos costumes, ocorrida nos últimos decênios, supera em profundidade todas as demais inovações e descobertas. Um acontecimento, o Feminismo, foi favorecido por ter sido lançado no momento certo, pois as mulheres estavam maduras e o ambiente era propício para mudar o milenar status quo. A mulher , economicamente independente, com melhor educação e acesso à informação, deixou a condição de objeto, de serva a serviço do macho e escrava da opinião pública. Daí a disputar as posições intelectualizadas foi um passo, propiciado pela Revolução Tecnológica, que tornou secundária a força física. Os homens perderam o seu grande trunfo. A força perdeu poder ao intelecto. Uma situação que beneficiou menos os homens do que as mulheres, que mais sensíveis, objetivas, com maior senso pratico , donas de um sexto sentido e desejosas de realização pessoal estão tomando posições em todas as áreas, sem alarde, sem soberba e sem descanso. São elas a maioria nas Universidades dos países adiantados. Estão hoje comandando países, grandes empresas privadas e estatais . São chefes e provedoras de muitas famílias. Além de saberem usar politicamente o irresistível fruto proibido.
Enquanto eles são criados por elas para as obedecer em casa e, por treino, na vida.
Chegou a hora e a vez das mulheres!
Estamos, portanto, no fim da Era Masculina e no início da Era Feminina. A supremacia da força física , à exemplo de outras fontes de energia como o carvão, a lenha..., está no fim, cedendo a vez para a força intelectual ( feminina ou masculina ) e a outras fontes de energia: a eólica, solar e nuclear. Dentro em breve, subestimando como estão no avanço das conquistas feministas, os homens terão que se unir para um movimento em defesa do machismo, em busca de igualdade de oportunidade e de proteção ao assédio sexual.
Homens de todo mundo , uni-vos! - o sexo forte está sendo ameaçado pelo sexo invencível!
Publicado no Jornal Opcao
Coluna Contradição em 06.03. 2022
Jorge Wilson Simeira Jacob
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