quarta-feira, 16 de março de 2022

 A Armadilha de Tucídides . 


Os EUA e China podem igualmente   evitar a guerra, mas só se conseguirem internalizar duas duras verdades: Primeira, na trajetória atual, a guerra entre USA e China  nas próximas décadas, não é somente possível, como também muito mais provável do que hoje se admite. Na verdade, a depender do registro histórico, é muito provável que aconteça de fato.Além disso, ao subestimar o perigo , contribuímos para o risco. Se os líderes em Pequim e Washington continuarem a fazer o que fizeram na última década,  a guerra é quase uma certeza. Segunda, a guerra não é inevitável A história mostra que grandes potências dominantes conseguem gerir as relações com os rivais , mesmo os que ameaçam sobrepuja-las, sem dar início a um conflito.

Graham Allison


Ou

 O desafio dos EUA será renovar-se para competir, não com métodos mercantilistas, fechamento da economia, mas em uma disputa legítima pelos mercados. A guerra militar será evitada, se nos mercados internacionais houver um embate de dois modelos: uma ditadura capitalista vs.  a democracia capitalista. O mundo ganharia com isto!



Tucídides, no seu livro A Guerra no Peloponeso, analisa  a guerra entre Esparta e Atenas em que atuou como general. Como historiador não se limitou a descrever os acontecimentos, mas deu uma grande contribuição ao identificar as causas das guerras. Ele foi o pioneiro do que hoje chamamos de realpolitik. Enquanto muitos atribuíam às  guerras  causas diversas, Tucídides , com grande acuidade,  foi ao ponto. Identificou e criou uma lei: “quando uma potência em ascensão ameaça desbancar a dominante , o estresse natural resultante transforma a possibilidade de um  choque violento em regra, não em excessão”. Lei que ficou conhecida como  A Armadilha de Tucídides.




A Guerra do Peloponeso, assunto base do enredo do livro A caminho da Guerra,  de Graham Allison, é uma análise  do passado para melhor enfrentar o futuro. Como dizia Churchill, citado no livro, “quanto mais você olha para trás, mais longe você vê adiante”. E a Guerra do Peloponeso foi um divisor de águas na história grega  e nos anais da civilização ocidental. A  qual  merece ser estudada  com vistas ao potencial belicoso entre os EUA e a China. É o que o autor faz com muita competência. A sua visão é inquietante. Levantou a  história dos últimos quinhentos anos, em  que de 16 desafios à Armadilha de Tucídides ,  só 4 não terminaram em guerra. Como   intelectual é  ponderado,  vê o risco atual, mas não o considera inevitável.  Tem consciência de que  a China ameaça o poderio americano  e do estresse causado  pela ameaça no estado de ânimo das suas lideranças políticas.


Allison com admirável isenção de ânimo analisa as  guerras mencionadas. Não só destaca os riscos de situações que saem do controle, que podem desencadear uma guerra, como qualifica como perigosas duas características da psicologia  humana: a  hubris, que é  consciência da própria importância, o amor próprio;  e a paranoia, que é o medo irracional. Dos 16 casos estudados,  que ameaçaram  uma guerra, em  só quatro elas foram evitadas. Diz ele: “ nas atuais circunstâncias , os  USA e China podem igualmente   evitar a guerra, mas só se conseguirem internalizar duas duras verdades: Primeira, na trajetória atual, a guerra entre EUA e China  nas próximas décadas, não é somente possível, como também muito mais provável do que hoje se admite. Na verdade, a depender do registro histórico, é muito provável que aconteça de fato.Além disso, ao subestimar o perigo , contribuímos para o risco. Se os líderes em Pequim e Washington continuarem a fazer o que fizeram na última década,  a guerra é quase uma certeza. Segunda, a guerra não é inevitável . A história mostra que grandes potências dominantes conseguem gerir as relações com os rivais , mesmo os que ameaçam sobrepuja-las, sem dar início a um conflito”.



 Segundo Allison, os americanos gostam de criticar os chineses. Esquecem que há apenas um século,  Theodore Roosevelt expandia o imperialismo americano sem escrúpulos. Nas   décadas seguintes  intervieram em Cuba, Guatemala, Guam, Porto Rico, Filipinas, Hawaii ... Os chineses têm sido mais contidos.  Até agora só combateram no fronte econômico, com algumas  incursões militares  em pequenas ilhas na sua proximidade . Nem Taiwan, ainda, foi militarmente desrespeitada e Hong Kong foi recuperada em acordo negociado com o Reino Unido.



A  assertividade atual de  Pequim em seus arredores, particularmente ao longo da sua fronteira,  torna possível perceber um reflexo das ações de Teddy Roosevelt no Caribe? Se a China se tornasse agora tão exigente quanto os USA eram naquela época , os atuais líderes americanos encontrariam uma maneira de se adaptar de forma eficaz quanto os britânicos?  De administrar a guerra fria por décadas como fizeram com a URSS? Pergunta o autor e conclui: “examinando o registro histórico até o momento, as diferenças entre Xi e Theodore Roosevelt são mais evidentes que as semelhanças” . Xi segue o jogo chinês Go, que prevê vinte lances à frente  e trabalha metodicamente para encarar as jogadas, mudando gradualmente, mas de forma avassaladora. Já os americanos jogam xadrez, com a visão de cinco a seis lances. A cultura de um é medida em cinco milênios de história e da outro em “ quarters”. Samuel Huntington, autor do Choque de Civilizações, citado no texto,  com reforço das diferenças culturais, definiu: “ os chineses tendem a pensar na evolução de sua sociedade em termos de séculos e milênios… enquanto as convicções americanas em esquecer o passado, ignorar o futuro e focar na maximização dos ganhos imediatos”.





 Trump, temeroso do avanço chinês, belicoso como mocinho de filme do faroeste, sacou o revólver do coldre. Deu alguns tiros dando início a uma guerra comercial. Revanchismo é o lema na porta da sala do xerife. Os Estados Unidos e a China, visivelmente , estão em rota de colisão . Os americanos acordaram assustados com  o avanço da China. Ela é hoje uma potência industrial e tecnológica. Despertos viram cair   por terra uma série de ilusões:  “ que a China só tinha como diferencial competitivo a mão de obra barata e produtos sem valor agregado e que à abertura ao trânsito internacional se seguiria, como na URSS, a liberdade política”. Surpreendeu-os a resiliência da   ditadura do partido. Não só se manteve como ganhou eficiência. Não há sinais de mudanças no modelo político à vista. Aposta que fizeram Nixon e Kissinger. Chegando Nixon a questionar: “ será que criamos*  um Frankenstein ? “


 A  hegemonia dos Estados Unidos está ameaçada. Acostumados, desde a Segunda Guerra mundial, a ditar as relações internacionais, os americanos dão sinais evidentes de insegurança. Tremeram como previa Napoleão. Pois, naqueles anos, o seu único competidor internacional, era a União Soviética . Uma potência militar, mas com pés de barro. Tinha uma economia fraca. Baseada na economia de comando que não tem  o vigor da de mercado. Tanto que não teve fôlego para enfrentar o desafio americano. Sem uma economia forte, não se sustenta um poderio militar. Em termos modernos, mede-se este poder em quantidade de navios, ogivas, foguetes, cibernética …que um país pode comprar em um ano. Neste termos , economicamente, a China já superou os EUA.


Segundo a Armadilha de Tucídides , os EUA e a China estão destinados à guerra?  Graham Allison formula a questão e tenta dar uma resposta. Em seu livro, A Caminho da Guerra assume que a ameaça existe. Discute  a dicotomia: uma guerra é evitável ou inevitável? O autor fala com a autoridade de diretor do Belfer Center for Science and International Affair, da Universidade de Harvard,  reitor fundador da John Kennedy School of Government e atuou como conselheiro do Departamento de Defesa nos governos Reagan, Clinton e Obama. Avaliado por Biden como um dos mais perspicazes observadores das relações internacionais. 


A reação americana tem fundamentos. Segundo Allison : “O mundo nunca viu nada como a mudança sísmica no poder global gerada pela ascensão da China. Se fosse uma empresa , os Estados Unidos teriam representado 50% do mercado econômico global nos anos após a Segunda Guerra Mundial. Em 1980 , essa proporção declinou para 22%. Três décadas depois de um crescimento chinês de dois dígitos a parte americana reduziu-se a 16%…a persistir a tendência, declinará nas próximas três décadas a 11%. Nesse período a economia chinesa global saltou de 2% em 1980 para 18% em 2016 e ruma célere para os 30% em 2040. O PIB Chinês passou em 1980 de 7% do dos EUA para 61% em 2015”.  Não só a China faz, mas faz em alta velocidade. O colunista do New York Times, Thomas Friedman, confessou ter ficado de boca aberta quando soube que um  Centro de Convenções, sede do Fórum Econômico Mundial , foi construído em apenas oito meses. Enquanto uma equipe do Metrô de Washington levou o mesmo tempo para consertar duas escadas rolantes minúsculas.


Lee Kuan Yew, estadista internacionalmente respeitado, que transformou Cingapura de uma aldeia de pescadores em uma rica e grande metrópole, explicava, que: “ pelo conceito antigo , o equilíbrio de poder significava, como afirmava Hillary Clinton, em grande parte poderio militar. Nos termos de hoje, é uma combinação de poder econômico e militar, e creio que o poderio econômico supera o militar.” ( negritos meus ). Seguindo nos seus comentários, diz ele: “  a China está absorvendo os países do sudoeste asiático em seu sistema econômico devido ao seu vasto mercado e poder de compra . Japão e Coreia também serão sugados. Ela simplesmente absorve os países sem ter de recorrer à  força. Será muito difícil combater a influência econômica crescente da China”. Ou ,na versão chinesa da regra de ouro: “quem tem o ouro dita as regras”.


Além das realizações sem conta na construção de trens-balas, cidades inteiras, aeroportos …é notável  o desenvolvimento humano na China. Há uma geração 90% dos chineses viviam com menos de dois dólares por dia. Hoje a proporção caiu para 3%. A renda per capita média subiu de 193 dólares em 1980 para 8.100 , atualmente. Segundo o Presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick: “ entre 1981 e 2004, a China conseguiu tirar meio bilhão de pessoas da pobreza extrema”. Segundo a Universidade de Stanford, em comparação aos alunos de ensino médio, os chineses chegam com vantagem de três anos de capacidade para o pensamento crítico. 


Os chineses mostraram em Taiwan que são capazes de viver em uma democracia com ênfase na economia de mercado, se um dia chegar a hora. Se fosse uma nação independente, estaria entre os países mais prósperos do mundo. Sua dedicada população de 23 milhões de habitantes gerou uma economia duas vezes maior que Filipinas, Tailândia e Vietnã. Uma nação, que se estivesse na União Europeia seria a terceira nação entre os  seus membros.  Em uma guerra entre China e USA ,a primeira vítima será Taiwan. A China sentir-se-ia à vontade para impor a sua soberania no país.



Napoleão é mencionado no livro como tendo advertido o mundo a “ deixar a China  dormir, pois , quando acordar o mundo tremerá “. Xi Jinping diz querer “ fazer a China grande outra vez”. E tem credenciais para tanto. A ascensão da China , como potência mundial, aconteceu quando Deng , no final da década de 70, decidiu liderar a China em uma marcha acelerada rumo ao mercado . Cingapura era vista como um laboratório e foi estudado por Deng. Um governo autoritário e  economia de mercado . A China  politicamente é uma réplica da Cingapura que deu certo. Politicamente a China lembra a  República de Platão, onde só votava  uma elite. Nela a elite é o partido, que escolhe 4 mil representantes, que elegem 9 membros para dirigir o país. Na verdade uma ditadura aristocrática. Modelo perigoso se em mãos inconvenientes, mas muito mais assertivo, do que a democracia,  com o governo dividido entre 3 poderes. A democracia é o regime ideal na defesa do indivíduo, mas perde em efetividade. A China tem Xi Jinping um líder com um histórico admirável, como comentado elogiosamente no livro. De origem modesta, vida sofrida, destacou-se no partido como excelente administrador. 


Xi é um sobrevivente da loucura da Revolução Cultural maoísta. Segundo Lee , “ ele aprendeu a enxergar além das coisas superficiais: as flores, as glórias e os aplausos”. Em comparação incomum, afirma que : “  Xi emergiu no mundo com ferro em sua alma”. Naquela que é decerto a mais incomum das comparações o equiparou  a outro líder mundial Nelson Mandela, “uma pessoa que não permite que as adversidades e sofrimentos pessoais afetem seu julgamento”. E adversidades não faltaram na vida de Xi. Aos nove anos teve o país sequestrado pelo paranoico Mao. Enviado para reeducação no campo, viveu em uma caverna em uma aldeia rural escavando esterco e sujeitando-se às exigências de seu capataz camponês. Sua irmã mais velha, não suportando os maus tratos, suicidou-se. Xi preferiu a realidade ao suicídio. Com a ajuda de alguns amigos do seu pai, conseguiu formar-se na prestigiosa Universidade de Tsinghua. A partir daí fez carreira até conseguir uma cadeira no Comitê Central do Partido. Adquiriu a reputação de disciplina e retidão no que foi recompensado com a eleição, pelos quatrocentos principais líderes do Partido,  para o Comitê Permanente de nove membros, que liderarão  a nação nos próximos cinco anos.No governo, Xi cresceu , concentra agora um nível de poder maior do que qualquer dos seus antecessores. Estudioso, analisou as causas do  fracasso de Gorbachev , que levou a União Soviética à falência,  e identificou  três erros:” relaxou o controle político antes de reformar a economia do país; assim como os seus predecessores , permitiu que o Partido Comunista se tornasse corrupto e perdesse o sentido; e nacionalizou o exército soviético, exigindo que os comandantes jurassem fidelidade à nação, não ao partido e ao seu líder”. Na sua atuação, Xi mantém forte controle político, combateu ferozmente a corrupção no partido ( ou foi expurgo de adversários políticos? ) ; e exige fidelidade do exército ao partido e a ele. “Fiquem de olho nesse homem”, alertou Lee quando Xi foi alçado, como desconhecido tecnocrata para à presidência. Saber quem é Xi Jinping é necessário para ter-se em conta o nível de adversário que está do outro lado do tabuleiro. 


Uma guerra com os recursos modernos será uma guerra sem vencedores. Hiperbólicamente pode ser comparada ao Armagedon. Uma guerra do fim do mundo, parafraseando Vargas Llosa. Não só as bombas nucleares como os ataques cibernéticos , nas estruturas militares e civis, tornaria a vida impossível em qualquer canto da Terra. O grande risco será se as lideranças resolverem jogar  o jogo do fracote. Uma  disputa entre adolescentes na década de 50, em que dois carros potentes aceleram um contra o outro. O primeiro a desviar era considerado covarde. Ou morriam os dois. Vale a pena relembrar os fatores hubris e paranoia. As decisões podem fugir ao controle por causas emocionais, ansiedade, má interpretação de algum fato, interesses políticos e, por que não,  sabotagem. Um terceiro,  interessado em atear fogo no mundo, como por exemplo, um ato de desespero da Coreia do Norte, que é um barril de pólvora, uma bomba-relógio.


O autor dá, em um exercício de otimismo, doze pistas para a paz.  São análises detalhadas dos casos de Espanha e Portugal, que foi arbitrado pelo Papa Alexandre Vl e resolvido com o Tratado de Tordesilhas; Alemanha vs. Grã-Bretanha e França, que forjou a União Europeia; Estados Unidos vs.Grã-Bretanha, que a par de uma série de razões prevaleceu um “ frio realismo” dos britânicos; e URSS vs. Estados Unidos, que  exauridos na Segunda Guerra Mundial, praticaram a “ guerra fria”, termo cunhado no livro de George Orwell, 1984.


Acomodar não é o mesmo que apaziguar. São significados diferentes no campo estratégico. A acomodação é uma tentativa séria de se adaptar a uma nova balança de poder na prática , extraindo o melhor das tendências desfavoráveis sem recorrer a meios militares. A política britânica em relação aos Estados Unidos no fim do século XlX e início do XX, cujo objetivo era evitar a guerra a qualquer preço, oferece um exemplo de acomodação. Reagan dizia que uma guerra nuclear não tem vencedores, portanto deve ser evitada, o que sugere a acomodação. 

Uma alternativa aventada no texto  de uma paz negociada com a China. Um hiato de 25 anos que impusesse restrições consideráveis a algumas áreas de sua competição. A Paz de Péricles dos Trinta Anos entre Atenas e Esparta, a détente USA-URSS na década de 1970, o Tratado das Tordesilhas entre Portugal-Espanha … encontraram maneiras de se acomodar a circunstâncias intoleráveis. 


Lee, com a sua sabedoria e erudição, encera as conclusões do texto: “ a tecnologia vem deixando o atual sistema de governo obsoleto. Jovens urbanos com smartphones não podem ser governados muito tempo pelos burocratas de Pequim,  que rastreiam os cidadãos como parte de um sistema de “crédito social” onipresente. Lee identificou uma série de fatores que tornam a mudança chinesa mais difícil: inexistência de estado de direito; controle central excessivo; hábitos culturais que limitam a imaginação e a criatividade; uma língua que modela o pensamento por meio de epigramas e quatro mil anos de textos sugerindo que tudo o que vale a pena dizer já foi dito, e melhor, por escritores do passado” ; e a incapacidade de atrair e assimilar o talento de outras sociedades. Nesta observação pode estar, se comprovada, a validade de uma trégua para deixar que o dinamismo da democracia americana tenha tempo para recompor a liberdade econômica comprometida burocraticamente e voltar a ser a líder do capitalismo no mundo. A batalha será travada no campo econômico. O desafio dos EUA será renovar-se para competir, não com métodos mercantilistas, fechamento da economia, mas em uma disputa legítima pelos mercados. A guerra militar seria evitada, se a disputa limitar-se ao campo econômico,com o  confronto  de dois modelos: uma ditadura capitalista vs.  uma democracia capitalista. O mundo ganharia com isto!



Uma palavra final.


Ao ler  e reler o  texto do A Caminho da Guerra, fui descortinando uma visão mais abrangente da geopolítica. Surpreende, ao penetrar nas minúcias dos bastidores da história a  ingenuidade,

como formulamos crenças e ideias mal fundamentadas. Prosaicamente falando,  esta leitura dá a sensação de, mal comparando, estarmos como gado em fila de matadouro. Disputando o lugar na fila para ser sacrificado primeiro. Andamos sem saber por que ir.


Este livro  deve ser lido no seu todo. Uma resenha não é mais do que um trailer . Penetrar a fundo na riqueza de informações e nas inteligentes conclusões do autor são necessárias para quem quer entender o seu papel nas filas desse matadouro, que são as Relações Internacionais. É de dar arrepio ao ler os desdobramentos possíveis e até prováveis de uma Terceira Guerra Mundial, que certamente será a última.


Este é um texto que pode  ser lido como entretenimento, pois é rico de histórias bem escritas.  É a história de uma fase da humanidade. Pode também ser lido como material de estudo, de reflexão. Allison vai fundo nos casos que analisa. Perde-se um pouco na conclusão ao dar ênfase  à importância ( que certamente têm ) dos consultores de política internacional. O seu caso. Eles são importantes como conselheiros, mas a sorte depende de um estadista de visão como foram Churchill, Thacher, Reagan, Merkel,  Deng e agora Xi Jinping. Visto assim,  isto torna-se  uma razão para o pessimismo, diante da pobreza das atuais lideranças mundiais. 



Ademais, as  resenhas cumprem um  papel duplo: servem para divulgar novas publicações de temas diversos para ajudar o potencial leitor na escolha de livros e também enriquecimento cultural. Ninguém consegue ler tudo o que é publicado. Ler resenhas é um recurso de ter ao menos noção do desenvolvimento de novas ideias. Certamente uma minoria interessada vai à leitura do texto completo, a maioria dos que leem  as resenhas ficarão atualizados com relação a um lançamento no mercado editorial. 


Ainda que acreditassem alguns de que a leitura de livros estaria superada pela velocidade das informações on time propiciadas pela internet. Esta poderá substituir a informação, a notícia, mas não são substitutas  eficazes no estudo mais aprofundado dos grandes temas no campo do pensamento. Os livros impressos poderão perder espaço para o virtual, mas continuarão a ser lidos como instrumentos de reflexão. As livrarias físicas poderão ter seu alcance reduzido, mas os livros continuarão a ser comprados pela internet e …  lidos. Isto porque somos seres que têm sede de saber e de diversão. Nós continuamos evoluindo os nossos pensamentos. Novas ideias nos esperam! Esta resenha alerta para uma delas! Leia!!!


Publicado no Jornal Opção

Coluna Contradicao em 16. 022

Jorge Wilson Simeira Jacob


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