segunda-feira, 19 de abril de 2021

 Diário de um otimista.


Segunda-feira, 19 de abril de 2021.


Desde que tenho registrado neste meu diário os fatos do dia a dia, nunca o fiz com melhor humor do que hoje. Acordei disposto como nunca. Sinto-me bem como se estivesse nos meus 18 anos. Comecei o dia com o pé direito. Dormi um sono só, profundo, e com sonhos cor de rosa. Sonhei ter visto na TV o governo comemorando a vitória final sobre a pandemia.  O governo brasonava da  sua liderança lúcida, corajosa e determinada na luta contra o coronavírus. Apresentava dados convincentes: há dias não se registrava mortes pelo covid 19, os hospitais estavam vazios, sobrava vacina, a população tinha sido maciçamente inoculada... Como resultado as quarentenas estavam suspensas em todos os municípios do país. A direção da TV  recebia mensagens de cumprimentos elogiosos ao presidente pelo bom resultado. O clima era de festa. Mostrava a  população  voltando ao trabalho e as empresas contratando para atender um mercado que  retornara com força. A demanda reprimida, como aconteceu nos EUA no fim da pandemia, colocava filas nas portas dos restaurantes, lotava as ruas comerciais e cinemas, congestionava o trânsito, lotava os hotéis...enfim as atividades voltaram e o animo das pessoas era de clima de Natal. Viva a vida! Viva a fase azul! Abaixo o arco-íris das quarentenas! bradava efusivamente o presidente, na TV.  A  fase ruim acabou! Os dias melhores já chegaram! Não fique em casa! Saia! Vá às ruas, ás baladas... Abaixo o medo do calor humano! A vida se faz vivendo!


Eu , que andava pessimista, em meu sonho tive que me render à realidade. Comecei admitindo ter razão os que acreditaram  em dias melhores, os que diziam não haver  bem que sempre dure  e mal que nunca acaba. Finalmente o  mal, que havia sacrificado  gente querida e os desprotegidos, tinha chegado ao fim. Agora  era a hora de cuidar dos vivos, de entrar com o pé direito no futuro. Os ventos tinham  mudado. As notícias ruins tinham se esgotado. Ninguém mais falava em vírus, mas muitos na forte retomada dos negócios. Como sempre acontece notícia boa atrai  notícias boas: a balança comercial é superavitária, os investidores internacionais fazem fila para investir no país, a imprensa internacional elogia o Brasil, as empresas fazem captações bilionárias para investir, as reservas em dólar e a volta do clima de confiança, provocaram a mudança da paridade entre o real e o dólar. A moeda americana já caiu  30% provocando  a redução dos preços dos produtos e insumos  importados com redução dos preços ao consumidor final. O poder aquisitivo foi recuperado. As pessoas já podiam  encher as tripas. Com a retomada da economia, o Brasil vai entrar em 2022 bombando. O tema das próximas eleições será  a melhoria das condições de vida. O nordeste será agradecido ao governo pelo generoso programa de auxílio, em muito superior ao dos governos passados.  Os bolsonaristas e os anti-petistas estão confiantes e fazem a conta: os votos dos eleitores fiéis  (esquerda e direita) estão equilibrados ao redor de 30%, os não alinhados são 40% - entre os quais estou incluído. Nós seremos os fiéis da balança. Com a economia exuberante e o mal-afamado histórico do candidato petista, a decisão será votar contra a corrupção, o patrimonialismo, o governo balofo - o socialismo estatizante . O voto deste bloco ( não alinhados), pelo menos dois terços, votara conservadoramente a favor dos costumes, do ensino não patrulhado, do fim da corrupção e com medo dos horrores da Venezuela, Argentina... e outras experiências excêntricas. Terá peso a promessa de que, em segundo mandato, Bolsonaro não mais focado na reeleição dará apoio ao programa do posto Ypiranga de reduzir o inchaço do governo,  privatizando tudo, zerando a dívida pública e ganhando um triplo A no crédito internacional. O governo será o mínimo para que o povo possa receber o máximo da sua  renda. A opinião pública mundial  voltará  à crer no país do futuro. 


E havia pessimistas duvidando de que Deus  é brasileiro. Nada como um sonho cor de rosa...ainda que utópico.


Nota da redação- este texto não é um manifesto eleiçoeiro. É o retrato de um “ sonho “ , uma visão utópica de um otimista, que não necessariamente coincide com a opinião do redator, que é pessimista com relação a todos os políticos.

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