A Guerra Das Ideias.
Não se preocupem, com essas ideias que andam por aí,
não corremos o mínimo risco do Brasil dar certo!
Roberto Oliveira Campos
O artigo Gramsci - A Hegemonia Esquerdista No Brasil, de autoria do exSenador Irapuan da Costa Jr., que divulguei neste blogue, teve importante repercussão. Em uma delas, um leitor, discordando do texto, assumiu uma postura crítica ao comportamento aético e amoral da maioria dos brasileiros. Quase um grito de desesperança. A mensagem dele, um altruísta combativo, por oportuna, merece resposta a ser compartilhada neste blogue. Ela, a resposta , enseja a oportunidade de por o dedo na ferida fazendo a distinção entre os idealistas - que colocam as suas esperanças em salvadores da pátria e os realistas - que, descrentes em milagres, aceitam como inevitável vencer a guerra intelectual declarada pelos socialistas com contundente êxito. Os idealistas ao sonhar com um ser humano altruísta, generoso, alimentam o mesmo ideal utópico dos marxistas à criação do Novo Homem, que purificado ensejaria uma sociedade comunista. Os realistas, ao contrário, acreditam que as nações são produto da cultura do seu povo e que são as ideias, crenças e valores que diferenciam uma das outras.
A citada desesperança, que surge da constatação de que os brasileiros só cuidam de encher as tripas, não é um vício limitado ao lumpemproletariado. Viceja também entre muitos bem aquinhoados. O imediatismo e o egoísmo fazem parte da natureza humana. Mas podemos alimentar a esperança na leitura do Gustavo Lebon, na sua A Psicologia das Multidões, onde demonstra que as massas são capazes de agir motivada por sentimentos nobres e que a soma dos nossos vícios não necessariamente corresponde ao produto final. Os movimentos provocados pela Lava-Jato mostraram, enquanto massa, uma sociedade desejosa de moralidade , o que nos colocou bem até sob os olhares éticos escandinavos e anglo-saxões.
Além destas considerações e a constatação de ter o teatro de guerra sido deslocado para outra arena , onde a disputa dar-se-ia no campo intelectual , alguns cidadãos uniram-se na década de 1980 , ao Instituto Liberal, para enfrentar as forças do mal. Este grupo*, do qual tive a honra de participar, assumiu como objetivo enfrentar a doutrinação dos formadores de opinião pelos socialistas, mostrando a superioridade de uma sociedade organizada com base na liberdade individual como única garantia para assegurar a dignidade humana.
O acerto da decisão estava do nosso lado. Mas a vitoria ficou nas mãos dos adversários, que, permeando a cultura nacional com investimentos maiores e o engajamento de muitos setores da sociedade - igreja católica, sindicatos, escolas ... e a indiferença da sociedade livre levaram ao poder políticos de mentalidade socialista. Eles , ao vencer a batalha das ideias, deram prova de que o curso da história não é desviado pelos homens, mas pelas suas ideias. Portanto, não basta, como pensam os idealistas, mudar os atores se as ideias forem as mesmas. A hegemonia socialista, portanto, só será quebrada se nas batalhas seguintes, tivermos a adesão dos formadores de opinião. A eles cabe traduzir ideias abstratas para o homem simples em linguagem popular para que se alinhem aos realistas liberais na guerra das ideias.
As Minhas Reflexões.
Jorge Wilson Simeira Jacob
23 de outubro de 2020.
*
Lideranças do Instituto Liberal na sua estruturação - Donald Stuart, Jorge Gerdau Johampeter, Jorge Wilson Simeira Jacob e Roberto Konder Bornhausen .
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