sexta-feira, 28 de outubro de 2022

 “A LIBERDADE DE VIVER SEM MEDO”.


O Rio de Janeiro encantava os paulistas. A beleza natural, o clima e a irreverência do carioca eram atrações fortes para temporadas ou ao menos alguns finais de semana  em Copacabana. Foi bom até que a violência — arrastões, balas perdidas, assaltos nas ruas — tornou-se razão mais forte para afastar os visitantes do que as muitas atrações da Cidade Maravilhosa. Não faz mais parte dos nossos desejos de consumo visitar a cidade. O paulista tem medo de ir ao Rio de Janeiro.


São Paulo era uma cidade segura. Havia liberdade de circulação pelas ruas da cidade. Ainda que tenhamos tido momentos de crises de segurança, mas eram contidas com rigor pelas autoridades. Isto dava a sensação de vivermos  a um passo à frente, em nível civilizatório,  do que os nossos irmãos cariocas. Foi bom enquanto durou! A violência chegou à cidade. Dentro de pouco tempo, a persistir a tendência crescente dos assaltos à mão armada nas nossas  ruas, os cariocas melhor informados  terão medo de visitar São Paulo. 


A desfaçatez da bandidagem não tem limites. Tornou-se comum: -  o assalto armado  a frequentadores de bares e restaurantes; o estourar os vidros  para arrancar o celular da mão do/a motorista;  e  uma dupla, em moto, emparelhar um carro, apontar uma arma,  mandar estacionar para ser depenado. Como também abordar outro motoqueiro solitário e roubar-lhe a moto. Até palavra de ordem já padronizaram, dizem: - “ Pare! Você perdeu! ” Com 1 milhão de motoqueiros circulando entre os carros, a tensão é constante. 


Enquanto a bandidagem não estava institucionalizada, existia a esperança de dias melhores. Mas com a politização da “desordem pública”, só resta a desesperança. Segundo Flávio Gordon, autor do livro A Corrupção da intelectualidade, em importante texto no número 155, da Revista Oeste, de 21.10.2 022,      denominou o atual fenômeno de  violência de  banditismo estrutural  para caracterizar a relação frequentemente observável entre a ascensão da esquerda revolucionária ao poder e o aumento da criminalidade violenta.


Segundo Gordon o banditismo deixou de ser aleatório e tornou-se estimulado. Disse ele: - “Nos países atrasados e oprimidos, as circunstâncias são diferentes. O marginal, seja cafetão ou prostituta, pode ser arrancado da colaboração com a polícia e convertido em revolucionário. Tendo em vista esse tipo de mentalidade — que, embora nem sempre declarada tão singelamente, subjaz à cultura política da esquerda revolucionária —, não surpreende que a criminalidade aumente toda vez que partidos, movimentos ou agentes de extrema-esquerda conquistam posições de poder e influência. Basta olhar para o que aconteceu recentemente em vários países da América Latina governados por integrantes do Foro de S. Paulo, organização fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro para levar o socialismo ao poder em todos os países da região”.


“ O caso da Venezuela é paradigmático. Com o chavismo no poder, o número de homicídios aumentou de maneira exponencial, atingindo, já com Nicolás Maduro, sucessor de Chávez, impressionantes 92 homicídios para cada 100 mil habitantes. Não raro, ocorre também o banditismo estrutural manifestar-se mais diretamente na boca de algum esquerdista emocionado”. 


“Foi, por exemplo, o caso do blogueiro petista Eduardo Guimarães, que em 2018 postou em seu Blog da Cidadania: “A revolução está chegando, mas não será daquele tipo em que o povo se arma e marcha tal qual exército para cima dos opressores. A revolução se dará através da explosão da criminalidade. Será uma revolução de guerrilha. A justiça será feita nos semáforos, em cada esquina [sic]”. Na mesma linha, o blogueiro Anderson França, então colunista da Folha de S.Paulo, chegou a propor em suas redes sociais uma espécie de “frente ampla” reunindo a militância de esquerda e o Comando Vermelho”.


A institucionalização da violência nas cidades, antes no Rio, agora em São Paulo, amanhã ( ? )  no País, nos priva de uma das quatro liberdades fundamentais, apregoadas por Franklin D. Roosevelt, A Liberdade de Viver Sem medo.  Além da Liberdade de expressão; Liberdade religiosa; e Liberdade de viver sem penúria. 


São Paulo regrediu à lei das selvas. Se antes, poder-se-ia atribuir o roubo só à miséria, hoje não mais. Um assaltante apanhado pela polícia tinha consigo 22 celulares roubados no dia. O crime está compensando. Ele faz parte das nossas instituições. Estamos deixando de ser uma sociedade civilizada — onde cultiva-se a Liberdade de viver  sem medo.


São Paulo, 24 de outubro de 2.022.




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