terça-feira, 14 de setembro de 2021

                                                                                           Mudanças.


 Na carroceria do caminhão, estão,

Em mudança para um novo casebre,

Todas as tralhas de uma casa pobre.

Só falta um vira-latas, um magro cão,

Aquele  que, no meio do caminho, caiu

E agora vaga sem destino e sem alento,

Andando de lá pra cá, sem se achar,

Grunhindo de tristeza e desalento

Sem saber que destino tomar.

Dos anos de felicidade e festanças 

Guarda saudades de doces lembranças :

Das  tristezas da casa que morou,

Das alegrias  que participou,

Da dor por cada um que partiu

Da grande alegria por quem  retornou, 

Dos anos de guarda e de fidelidade.

Agora, como cão perdido, sem dono,

Sem destino, vaga de beco em beco.

Enfrentando a triste e dura realidade,

No descaminho do  lar perdido.



Na carroceria do caminhão da vida,

Faltam outros cães, caídos das mudanças,

Desorientados, perdidos sem rumo.

Como vira-latas vagam sem alento,

Andando de lá pra cá, sem se achar,

Grunhindo de tristeza e desalento

Sem saber que destino tomar.

Dos anos de felicidade e festanças, 

Guardam saudades de doces lembranças:

Dos desafios das causas que lutaram,

Da dor por cada um dos que partiram,

Da grande alegria pelos que retornaram, 

Dos anos de guarda e de fidelidade.

Agora, como cães perdidos, sem dono,

Que, no descaminho do fim de vida,

 uma aposentadoria relegou à inutilidade.

Tendo n’alma um imenso vazio, 

Sem destino, vão, de beco em beco, a vagar

Enfrentando a triste e dura realidade,

Olhando o céu, esperando o tempo passar.


São Paulo, 14 de setembro de 2021.

Jorge Wilson Simeira Jacob

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