segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Jogando Com As Pretas.


Ao ensejo do término deste ano, é irresistível não fazer projeções para o próximo. Evidentemente,  tendo como ponto de partida o lastimável desempenho atual da economia, cujo pífio resultado  mal cobre o  crescimento demográfico e com um endividamento  público crescente para suportar os gastos correntes do governo. Até aqui tudo estaria bem  se estivéssemos numa Noruega, mas muito mal estando em um país com um sério problema social -  miséria e desemprego ( 79 no índice IDH da ONU );  e político -  organização esclerosada do estado e uma calamitosa situação dos  serviços públicos. Acresce, a esta foto de horror ,sem qualquer colorido, o fato de que as causas do mal não mostrarem sinais de que serão removidas em prazo suportável pelas vítimas.

As duas pernas do país vivem um conflito. Uma parte da sociedade quer uma reforma liberal, um governo enxuto; a outra quer manter os privilégios, o status quo.  Como os políticos só tem olhos para as próximas eleições e se atem, como sempre,  a fazer  política pela política,  as esperanças são pequenas. Ademais as eleições sucedem-se em prazos curtíssimos, a cada dois anos, acabada  uma (2018 ) já está se pensando na outra ( (2020), com isto as reformas não avançam. Doutra parte , a  área econômica, rica de boas e corretas intenções, não tem mostrado competência realizadora, mesmo no que não depende do legislativo. Muito pouco foi realizado  frente às necessidades e a urgência de solução. (O governo Temer fez  mais do que este no mesmo tempo). Depois de um ano, a  burocracia e a intervenção do governo na economia continuam intocáveis. Até agora nada  não passa, a grosso modo, das  boas intenções. Estruturalmente o Brasil permanece  inviável para as pequenas, médias empresas e setores sujeitos à concorrência, que não conseguem transferir o custo Brasil para um  cidadão sem  poder aquisitivo. O que resultou no encolhimento do mercado,  na ociosidade na capacidade produtiva instalada e no desestímulo ao investimento por falta de perspectiva de lucro.

Se o governo tivesse recursos , sem endividar-se ou emitir, poder-se-ia esperar daí uma alavancagem nos investimentos. Como não tem, ficamos na dependência do  privado, que não tendo mercado, fica em compasso de espera. Vamos, pois, no  ritmo deste governo, andando em marcha lenta. 

O  que esperar do futuro?

Nas atuais circunstâncias, como no xadrez, o governo joga  com as brancas, que tem a iniciativa, e os empresários, com as peças pretas , na defensiva,  acompanhando  a dinâmica  do governo. Este é o jogo que promete ser  jogado no tabuleiro em   2020 - uma triste versão do tradicional  mais do mesmo.

As Minhas Reflexões.
Jorge Wilson Simeira Jacob

09. 12. 2019

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