sábado, 7 de dezembro de 2024

 Direita e Esquerda.


Não peça ao seu interlocutor para definir o que entende por direita e esquerda no espectro politico. Com certeza a resposta cairá em divagações que nem explicam e nem definem nada. Não há porque admirar tendo em conta a confusão que paira sobre esta dicotomia.


Com o objetivo de tentar esclarecer a confusão existente, devemos voltar à origem dessas expressões. Elas tomaram forma  durante a Revolução Francesa, de 1789, e o subsequente Império de Napoleão Bonaparte, quando os membros da Assembleia Nacional se dividiam no parlamento entre os partidários do rei, os girondino, sentados à direita do presidente e os simpatizantes da revolução, os jacobinos, à sua esquerda. Dividindo os revolucionários dos conservadores.


Era simples assim. Hoje não mais. Por habilidade retórica os socialistas, que se assumem revolucionários da ordem existente, com a falsa promessa de uma justiça social, de combate às desigualdades, classificam-se como de “esquerda”. Para esta corrente política, por malícia, todos os outros são da “ direita”. 


Essa classificação “direita”  é inadequada por colocar no mesmo balaio os liberais, que defendem a democracia como regime político e a livre iniciativa para a economia; e os conservadores adeptos da economia de mercado, mas  que defendem que o governo não reside num certo universo de regras e princípios gerais, mas em uma vasta e sutil harmonia de costume. Já os  nazifascistas  têm ideário totalmente diverso dos liberais e dos conservadores, pois adotam a ditadura para a ordem política e o intervencionismo na economia.


Os fundamentos entre esses dois ideários, nazifascismo e liberalismo/conservadorismo é que neste  prevalece o bem  do indivíduo, enquanto que  o socialismo e o nazifascismo, o  bem da sociedade. O liberalismo/conservadorismo têm como  ideal a liberdade com responsabilidade,  onde a cada um cabe a busca da  sua felicidade. O nazifascismo e o socialismo é o da servidão, onde é o estado o responsável pela felicidade dos seus cidadãos.


Evidentemente há mais variações de graus nas  denominações. Duas principais delas são comumente citadas: a extrema esquerda e a extrema direita. A extrema-esquerda é considerada uma ideologia radical que defende a derrubada do Estado democrático e do capitalismo através de uma revolução violenta. E a  de extrema-direita reside no facto de o conceito ser geralmente utilizado pelos adversários políticos para "desqualificar “e estigmatizar todas as formas da liberdade como pretendendo a dominação dos mais fracos. Fazendo comparações com às experiências históricas do fascismo italiano  e do nazismo alemão".


Com as explicações acima, tendo em vista que o ideário liberal, que tem como fundamento a liberdade, para ser consequente exige o direito à vida, à busca da felicidade, a economia de mercado e a propriedade privada. O ideário liberal tem como pressuposto que a dignidade de um indivíduo é   um  valor a ser preservado. O que depende de ser livre e poder ter acesso aos bens terrenos de acordo com o seu mérito. 


A dignidade tem muito a ver com a autoestima. E nada diminui mais a autoestima do ser humano do que viver de favor. O comprometimento da autonomia, que é a liberdade de decidir da sua vida, é equivalente à servidão. O homem não deixa de ser um servo se não é o senhor das suas ações, se não vive em liberdade . 


Os não liberais/ conservadores, os ditos esquerdistas, em esperto posicionamento retórico, apelam para o baixo e forte sentimento da inveja para aliciar adeptos. A desigualdade entre os homens tornou-se o chavão de venda dos socialistas. Às falácias sobre as causas das desigualdades são seguidas de uma defesa de “ justiça social”. Como se as escolhas consentidas  entre pessoas livres pudessem ser injustas.


Thomás Sowel, expoente da intelectualidade americana, em livro que foi best seller do New York Times, na sua condição de negro de origem humilde, ataca com  imparcialidade e competência o tema esquerdista da justica social em seu livro Falácias da Justiça Social.

 ( Amazon, $ 50,30, 158 páginas). Vale a pena ler  para não se deixar levar pelo falso discurso socialista . Com dados, análises cuidadosas e uma retórica impecável, Sowell prova os males que se encerram na proposta de uma justiça social;  e a história de outras boas intenções que resultaram exatamente no oposto do que era sonhado.


São Paulo, 28 de novembro de 2024.

Jorge Wilson Simeira Jacob







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