A Sua Cruz.
A vida corria tranquila. Cristo, ressuscitado, usufruía da paz celestial. Estava Ele , com olhar distante, rememorando a sua experiência terrestre, quando surge São Pedro, carregando a sua cruz, com ar desanimado. Pego de surpresa, Jesus pergunta:
- O que aconteceu, Pedro? Você está com um ar de tristeza...
- Ah Jesus! Há tempos venho sofrendo calado. Sei que todos têm uma cruz para carregar; e que a vida não consiste só de venturas, mas não concordo ter de arrastar a cruz mais pesada, mais rústica, mais comprida de todas... Uma peça desconfortável, que nem ao menos tem meu nome aparente para dar-me prestígio. Tenho o maior dos sacrifícios e nenhum reconhecimento público. Considero a minha pena uma injustiça totalmente em desacordo com a sua pregação na Terra aos homens de boa vontade.
- Pedro, sinto muito! Minha intenção foi premia-lo com a melhor de todas a serem distribuídas. Eu também tenho a minha, o que me torna sensível às reclamações. Vamos corrigir o erro! Agora é hora do almoço. Todos deixaram as suas cruzes naquele monte. Escolha a que mais lhe agradar. Tenha cuidado, pois a variedade é enorme!
Passaram-se dias. Jesus já tinha se esquecido do caso, quando vê Pedro passando feliz da vida com a sua cruz. Pedro! Chama Jesus:
- Vejo você radiante, com um ar vitorioso, o que aconteceu?
- Ah! Agora sim. Tive que experimentar todas as cruzes do mundo, mas valeu a pena! Achei uma sob medida para mim. Esta é muito confortável!
Com ar carinhoso, paternal, Cristo diz:
- Pedro, ora Pedro! você não trocou...essa é a mesma cruz que Eu lhe dei!
- É verdade. ( envergonhado) Descobri na comparação o valor dela. Foi preciso experimentar as cruzes dos outros para saber o quanto eu era feliz.
- É sempre assim, Pedro! Sempre achamos que a nossa cruz é a pior de todas. Na verdade, Eu dou a cada um uma cruz sob medida, mas muitos reclamam. Só quando experimentam a dos outros é que dão valor à que tem e descobrem os méritos de quem as carrega. Na vida, a felicidade está na sabedoria de aceitar a sua cruz.
As Minhas Reflexões.
Jorge Wilson Simeira Jacob
07.07.2020
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